Encontrar um novo poeta
é como encontrar uma nova flor silvestre
na floresta. Não vemos
o seu nome nos livro de botânica, e
ninguém, quando lhes contamos, acredita
na sua estranha cor ou na forma como
as suas folhas crescem em filas inclinadas
descendo a largura inteira da página. Na verdade
a própria página cheira a vinho
derramado e ao aroma do mar
num dia enevoado – o odor de verdade
e de mentir.
E as palavras são tão familiares,
tão estranhamente novas, palavras
que quase escrevemos nós próprios, se por acaso
nos nossos sonhos existisse um lápis
ou uma caneta ou até um pincel,
se por acaso existisse uma flor.
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