Uma coisa bonita era para se dar ou para se receber, não apenas para se ter. Clarice Lispector
31 de out. de 2011
Amor - O Interminável Aprendizado
...
Então, pensou: há o amor, há o desejo e há a paixão.
O desejo é assim: quer imediata e pronta realização. É indistinto. Por alguém que, de repente, se ilumina nas taças de uma festa, por alguém que de repente dobra a perna de uma maneira irresistivelmente feminina.
Já a paixão é outra coisa. O desejo não é nada pessoal. A paixão é um vendaval. Funde um no outro, é egoísta e, em muitos casos, fatal.
O amor soma desejo e paixão, é a arte das artes, é arte final.
Mas reparou: amor às vezes coincide com a paixão, às vezes não.
Amor às vezes coincide com o desejo, às vezes não.
Amor às vezes coincide com o casamento, às vezes não.
E mais complicado ainda: amor às vezes coincide com o amor, às vezes não.
Absurdo.
Como pode o amor não coincidir consigo mesmo?
Adolescente amava de um jeito. Adulto amava melhormente de outro. Quando viesse a velhice, como amaria finalmente? Há um amor dos vinte, um amor dos cinqüenta e outro dos oitenta? Coisa de demente.
Não era só a estória e as estórias do seu amor. Na história universal do amor, amou-se sempre diferentemente, embora parecesse ser sempre o mesmo amor de antigamente.
Estava sempre perplexo. Olhava para os outros, olhava para si mesmo ensimesmado.
Não havia jeito. O amor era o mesmo e sempre diferenciado.
O amor se aprendia sempre, mas do amor não terminava nunca o aprendizado.
Optou por aceitar a sua ignorância.
Em matéria de amor, escolar, era um repetente conformado.
E na escola do amor declarou-se eternamente matriculado.
Affonso Romano de Sant'Anna, In "21 Histórias de amor", Francisco Alves Editora – Rio de Janeiro, 2002, pág.11.
Então, pensou: há o amor, há o desejo e há a paixão.
O desejo é assim: quer imediata e pronta realização. É indistinto. Por alguém que, de repente, se ilumina nas taças de uma festa, por alguém que de repente dobra a perna de uma maneira irresistivelmente feminina.
Já a paixão é outra coisa. O desejo não é nada pessoal. A paixão é um vendaval. Funde um no outro, é egoísta e, em muitos casos, fatal.
O amor soma desejo e paixão, é a arte das artes, é arte final.
Mas reparou: amor às vezes coincide com a paixão, às vezes não.
Amor às vezes coincide com o desejo, às vezes não.
Amor às vezes coincide com o casamento, às vezes não.
E mais complicado ainda: amor às vezes coincide com o amor, às vezes não.
Absurdo.
Como pode o amor não coincidir consigo mesmo?
Adolescente amava de um jeito. Adulto amava melhormente de outro. Quando viesse a velhice, como amaria finalmente? Há um amor dos vinte, um amor dos cinqüenta e outro dos oitenta? Coisa de demente.
Não era só a estória e as estórias do seu amor. Na história universal do amor, amou-se sempre diferentemente, embora parecesse ser sempre o mesmo amor de antigamente.
Estava sempre perplexo. Olhava para os outros, olhava para si mesmo ensimesmado.
Não havia jeito. O amor era o mesmo e sempre diferenciado.
O amor se aprendia sempre, mas do amor não terminava nunca o aprendizado.
Optou por aceitar a sua ignorância.
Em matéria de amor, escolar, era um repetente conformado.
E na escola do amor declarou-se eternamente matriculado.
Affonso Romano de Sant'Anna, In "21 Histórias de amor", Francisco Alves Editora – Rio de Janeiro, 2002, pág.11.
30 de out. de 2011
28 de out. de 2011
Orquídeas
Desenho com lápis patel seco, usando o lápis Conté.
Senta que lá vem explicação:
En 1795 Nicholas Jacques Conté inventó un método para endurecer el grafito pulverizado mezclándolo con arcilla y horneándolas convenientemente. Variando la proporción de grafito/arcilla se obtenían diferentes durezas de la mina. Este método de fabricación, que había sido descubierto anteriormente por el austriaco Josef Hardtmuth de Koh-I-Noor en 1790, sigue funcionando hoy.
27 de out. de 2011
Olhar de Livia Garcia Roza
foto: Clarinda
Foi preciso passar muito tempo
para que despertasse no meu olho
para que despertasse no meu olho
o olhar que me é próprio.
26 de out. de 2011
Efêmera
" A vida sempre me pareceu uma planta, que vive de sua raiz.
Sua verdadeira vida é invisível, escondida na raiz.
A parte que desponta acima do solo dura somente um único verão.
Depois fenece .... uma efêmera aparição.....”
Carl Gustav Jung
25 de out. de 2011
Todos os sonhos
Imagem: Stina Persson
O poeta não será mais que memória fundida nas memórias, para
que um adolescente possa
dizer-nos que tem em si todos os sonhos do mundo, como
se ter sonhos e declará-lo fosse primeira invenção sua. Há razões para pensar
que a língua é, toda ela, obra de poesia.
José Saramago Diário
de Notícias (2009)
24 de out. de 2011
Loucura razoável
imagem: Clara na praia do Lido
“Solução melhor é não enlouquecer mais do que já enlouquecemos, não tanto por virtude, mas por cálculo. Controlar essa loucura razoável: se formos razoavelmente loucos não precisaremos desses sanatórios porque é sabido que os saudáveis não entendem muito de loucura. O jeito é se virar em casa mesmo, sem testemunhas estranhas. Sem despesas.” Lygia Fagundes Telles
23 de out. de 2011
Caminhar de Chico Buarque
Imagem: Sebastião Salgado
Mas à terra dada, não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
Funeral de um Lavrador, Chico Buarque
22 de out. de 2011
Distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...
Titãs
21 de out. de 2011
Mas não sou onisciente
Amo as pessoas. Todas elas. Amo-as, creio, como um colecionador de selos ama sua coleção. Cada história, cada incidente, cada fragmento de conversa é matéria-prima para mim. Meu amor não é impessoal, nem tampouco inteiramente subjetivo. Gostaria de ser qualquer um, aleijado, moribundo, puta, e depois retornar para escrever sobre os meus pensamentos, minhas emoções enquanto fui aquela pessoa. Mas não sou onisciente. Tenho de viver a minha vida, ela é a única que terei. E você não pode considerar a própria vida com curiosidade objetiva o tempo todo..." Sylvia Plath
20 de out. de 2011
Correção
Como dizia aquele bem-te-vi que ficou míope: bem te via... bem te via...
José Paulo Paes De É Isso Ali (1984)
Dia perfeito
Dia perfeito em que tudo amadurece. Um raio. Eu, como você, morri. Eu, como você, estou viva. E envelheço nas minhas decisões. Envelheço tentando domar cada elemento vital do meu corpo. Renasço. Danço. Trago o encantamento e a felicidade, que deixaram o berço dilacerado pela dor. Tu te tornas obra de arte. Tu dizes sim ao mundo. E a cidade se alegra por estarmos aqui. E a cidade se alegra por suportarmos tanta verdade sem sucumbir. Daniela Lima
fonte: www.cronopios.com.br
fonte: www.cronopios.com.br
19 de out. de 2011
18 de out. de 2011
Conheço por Escova de Girafa
Nome Científico: Callistemon sp
- Nome Popular: Escova-de-garrafa, lava-garrafas, calistemo
- Família: Myrtaceae
- Divisão: Angiospermae
- Origem: Austrália
- Ciclo de Vida: Perene
Namaste
Namastê, é o cumprimento nascido na Índia e significa "Curvo-me perante ti."
É uma forma digna de cumprimento de um ser humano para outro, expressa um grande sentimento de respeito. Invoca a percepção de que todos nós compartilhamos da mesma essência, da mesma energia, do mesmo Universo. Namastê, possui uma força pacificadora muito intensa.
Em síntese é: Saúdo-o do Coração e deve ser retribuído com o mesmo cumprimento.
etimologia
Namas é um termo sânscrito para "arco, obediência, saudação reverencial, adoração";
te é o pronome de segunda pessoa singular do dativo.
17 de out. de 2011
Para o mar pensar
– Feliz, filho? – Sim.– Desculpa, não percebi o cansaço.– Sabe por que chove, pai?– Para diminuir o calor?– Não, é para o mar pensar. Ele não consegue pensar com tanta gente dentro dele.
Fabrício Carpinejar
foto: Santos SP
foto: Santos SP
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