18 de dez. de 2011

Flor de Débora Siqueira Bueno

Khnopff - Retrato de Eugenie (1888)

Minha mãe ama as coisas da terra, 
cultiva flores com especial desvelo. 
Seu jardim era todo ladeado por íris 
como aquelas, 
das telas de Van Gogh. 
Havia grandes flores amarelas 
cujo nome não sei, 
não eram girassóis. 
Não sou boa de nomes. Coleciono lembranças, 
perfumes e sombras. 
Das mangueiras, generosas, 
o chão coberto de ovais verde-amarelos. 
A jabuticabeira demorou tanto a dar 
que esperei a infância inteira. 
Nas espatodéias eu subia alto, 
eram meu reino, os cabelos soltos. 
Uma vez um tio tirou minha fotografia 
com sua máquina americana. 
Nas cores mais lindas se via o jardim de minha mãe. 
A lagoa era ainda mais azul; 
os cabelos, ainda mais ruivos. 
Aquele tempo só figurava em branco e preto, 
mas a revelação estrangeira 
capturou as cores vivas 
e as sombras mortas 
do meu semblante. 
Lá estava a menina, 
aos seis anos de idade. 
Com uma blusa de marinheiro, 
não fantasiava singrar mares; 
nos seus sonhos, 
andava no lago sob as águas. 
No meio do jardim, 
precocemente séria, 
bela flor pesada.

17 de dez. de 2011

16 de dez. de 2011

Frida Kahlo - Pintar



Frida Kahlo com seu cachorro, foto de  Héctor García  México, 1949



''Não estou doente. Estou partida.
Mas me sinto feliz por continuar viva enquanto puder pintar."
Frida Kahlo

ODA AL DICCIONARIO de Pablo Neruda


imagem: Anita Francis

(...) 
Diccionario, una mano 
de tus mil manos, una 
de tus mil esmeraldas, 
una 
sola 
gota 
de tus vertientes virginales, 
un grano 
de 
tus 
magnánimos graneros 
en el momento 
justo 
a mis labios conduce, 
al hilo de mi pluma, 
a mi tintero. 
De tu espesa y sonora 
profundidad de selva, 
dame, 
cuando lo necesite, 
un solo trino, el lujo 
de una abeja, 
un fragmento caído 
de tu antigua madera perfumada 
por una eternidad de jazmineros, 
una 
sílaba, 
un temblor, un sonido, 
una semilla: 
de tierra soy y con palabras canto.

fonte: http://www.neruda.uchile.cl/obra/obranuevasodas3.html

15 de dez. de 2011

Exercício de Livia Garcia Roza




"Cabe a nós, mais que sofrer a vida, exercê-la."

Aos deuses peço só que me concedam de Fernando Pessoa


Aos deuses peço só que me concedam
O nada lhes pedir. A dita é um jugo
E o ser feliz oprime
Porque é um certo estado.
Não quieto nem inquieto meu ser calmo
Quero erguer alto acima de onde os homens
Têm prazer ou dores.
s.d.
Odes de Ricardo Reis . Fernando Pessoa. (Notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (imp.1994).
 - 170.

A caixa de linhas de Débora Siqueira Bueno








Na lata azul viajaram biscoitos da Dinamarca.
Aromas vindos do outro lado do oceano
deixaram seu rastro quase imperceptível
nas meadas de linhas coloridas.
Ali foram acomodados
retroses de papelão,
novelos de cores mescladas.

Do rosa quase branco ao fúcsia
roubado ao cálice dos brincos-de-princesa;
e tons de azuis –
o celeste, o cobalto, toda a gama
entre o violeta e o mar que se esverdeia.
Nuances de terra, ocras e musgos,
girassóis, beijos vermelhos.

Vieram da Dinamarca fios de urdidura
para o tear dos destinos –
o ar de inverno rigoroso e austero,
matizes de circunspecção
e alguns dos cinzas
bordados em monogramas
no enxoval dos bisavós.

14 de dez. de 2011

A Imagem refletida de Adélia Prado




Vem de antes do sol

A luz que em tua pupila me desenha.

Aceito amar-me assim
Refletida no olhar com que me vês. 

Ó ventura beijar-te,

espelho que premido não estilhaça

e mais brilha porque chora
e choro de amor radia.

Frivolité










Os historiadores se dividem quanto a origem do Frivolité. Em alguns antigos hieróglifos se lê que os primitivos egípcios usavam “navetes”, para formar círculos e arcos. Alguns historiadores acham que o “frivolité” teve sua origem na França, visto que o respectivo termo usado em algumas línguas parece se originar do termo ‘frivolité”. Já outras teorias afirmam que o lugar de origem do “frivolité”é a Itália ou a Alemanha.
No fim do século XVI, o “frivolité” tornou-se o passatempo favorito da elite inglesa, sendo que o primeiro indício de sua existência se encontra em 1707, no poema "The Royal Knotter", do poeta inglês Sir Charles Sedley. A protagonista desse poema, a Rainha Mary II (1662-1694), é descrita fazendo “frivolité”. Existem também vários quadros da metade do século XIX, que retratam senhoras fazendo “frivolité”, com maravilhosa “navetes” de ouro, de marfim, de madrepérola ou de tartaruga, ricamente adornadas ou ornamentadas de pedras preciosas.
A denominação "frivolité", essencialmente francesa, é adotada em quase todos os países da Europa; entretanto os italianos nomeiam a técnica de "occhi". Já os orientais conservam a antiga denominação "makouk", enquanto nos países de lingua inglesa é chamada de "tatting". A técnica pode ser resumida numa seqüência de nós e picôs que formam círculos e semi-círculos, e estes compõem uma rica trama rendada, graciosa e delicada.

13 de dez. de 2011

Poesia delicada de Débora Siqueira Bueno



A semente do adeus
no seio do ser
estava lançada.
Rasos d'água, os olhos
aguavam a terra
na qual germinava.

Um broto emergiu
ao desenrolar-se
a potência de vida.
Afastou-se do solo,
alongou-se em partes,
rumou para cima.

Cresceu, ganhou porte,
deu folhas e frutos,
sementes aladas.
E abriu-se entre pétalas,
as mais delicadas,
a flor da saudade.


Biografia: 
Débora Siqueira Bueno, nascida em Belo Horizonte-MG, é médica, psiquiatra. Trabalhou na Universidade Estadual de Campinas por cerca de vinte anos, onde, dentre outras atividades, dedicou-se à implantação de um ambulatório público de psicoterapia psicanalítica, do qual foi supervisora. Atualmente exerce a clínica em seu consultório. O início da produção literária deu-se na maturidade, após um período no qual esteve doente. Surgiu como uma necessidade premente de escrever, caminho que se apresentou para a nomeação e elaboração de experiências, sensações, afetos e lembranças. A poesia impôs-se como forma, para acolher a um transbordamento de significações diante de uma situação limite. "Creio que as experiências limítrofes nos convocam com muita força ao compromisso com o próprio destino. Daí a intenção de ampliar o espaço para a escrita em minha vida — o que implica fazer escolhas, promover mudanças e, principalmente, expor-me ao leitor"

12 de dez. de 2011

Cosas de Gabriela Mistral




Me busco un verso que he perdido, 
que a los siete años me dijeron. 
Fue una mujer haciendo el pan 
y yo su santa boca veo.

Viene un aroma roto en ráfagas; 
soy muy dichosa si lo siento; 
de tan delgado no es aroma, 
siendo el olor de los almendros.

Me vuelve niños los sentidos; 
le busco un nombre y no lo acierto, 
y huelo el aire y los lugares 
buscando almendros que no encuentro...

Nick Brandt, fotógrafo


Nick Brandt  fotografa exclusivamente na África, e um de seus objetivos é gravar um testemunho visual e poético dos animais selvagens e lugares. Nasceu em 1966 e cresceu em Londres, Inglaterra, onde estudou pintura e cinema. Mudou-se para a América em 1992 e dirigiu muitos vídeos de música.

Foi ao dirigir "Earth Song", um vídeo musical para Jackson na Tanzânia, em 1995, que Brandt se apaixonou pelos animais e a terra do leste da África. Ao longo dos anos seguintes, frustrado por não conseguir capturar em filme seus sentimentos e amor pelos animais, percebeu que havia uma maneira de conseguir isso através da fotografia.
fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Nick_Brandt#cite_note-

11 de dez. de 2011

Amanhecer em Copacabana de Antônio Maria



Amanhece, em Copacabana, e estamos todos cansados. Todos, no mesmo banco de praia. Todos , que somos eu, meus olhos, meus braços e minhas pernas, meu pensamento e minha vontade. O coração, se não está vazio, sobra lugar que não acaba mais. Ah, que coisa insuportável, a lucidez das pessoas fatigadas! Mil vezes a obscuridade dos que amam, dos que cegam de ciúmes, dos que sentem falta e saudade. Nós somos um imenso vácuo, que o pensamento ocupa friamente. E, isso, no amanhecer de Copacabana.

As pessoas e as coisas começaram a movimentar-se. A moça feia, com o seu caniche de olhos ternos. O homem de roupão, que desce à praia e faz ginástica sueca. O bêbado, que vem caminhando com um esparadrapo na boca e a lapela suja de sangue. Automóveis, com oficiais do Exército Nacional, a caminho da batalha. Ônibus colegiais e, lá dentro, os nossos filhos, com cara de sono. O banhista gordo, de pernas brancas, vai ao mar cedinho, porque as pessoas da manhã são poucas e enfrentam, sem receios, o seu aspecto. Um automóvel deixou uma mulher à porta do prédio de apartamentos — pelo estado em que se encontra a maquillage, andou fazendo o que não devia. Os ruídos crescem e se misturam. Bondes, lotações, lambretas e, do mar, que se vinha escutando algum rumor, não se tem o que ouvir.

Enerva-me o tom de ironia que não consigo evitar nestas anotações. Em vezes outras, quando aqui estive, no lugar destas censuras, achei sempre que tudo estava lindo e não descobri os receios do homem gordo, que vem à praia de manhã cedinho. E Copacabana é a mesma. Nós é que estamos burríssimos aqui, neste banco de praia. Nós é que estamos velhíssimos, à beira-mar. Nós é que estamos sem ressonância para a beleza e perdemos o poder de descobrir o lado interessante de cada banalidade. Um homem assim não tem direito ao amanhecer de sua cidade. Deve levantar-se do banco de praia e ir-se embora, para não entediar os outros, com a descabida má-vontade dos seus ares.

Rio de Janeiro 12/09/59

DAME LA MANO de Gabriela Mistral

Matisse - Odalisque with Tambourine (Harmony in Blue), 1926

Dame la mano y danzaremos;
dame la mano y me amarás.
Como una sola flor seremos,
como una flor, y nada más.

El mismo verso cantaremos,
al mismo paso bailarás.
Como una espiga ondularemos,
como una espiga, y nada más.

Te llamas Rosa y yo Esperanza;
    pero tu nombre olvidarás,
porque seremos una danza
en la colina, y nada más.

10 de dez. de 2011

Tarsila do Amaral (1886-1973)





Tarsila do Amaral nasceu em 1 de setembro de 1886, no Município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha do fazendeiro José Estanislau do Amaral e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral, passou a infância nas fazendas de seu pai. Estudou em São Paulo, no Colégio Sion e depois em Barcelona, na Espanha, onde fez seu primeiro quadro, 'Sagrado Coração de Jesus', 1904. Quando voltou, casou-se com André Teixeira Pinto, com quem teve a única filha, Dulce.
Separaram-se alguns anos depois e então iniciou seus estudos em arte. Começou com escultura, com Zadig, passando a ter aulas de desenho e pintura no ateliê de Pedro Alexandrino em 1918, onde conheceu Anita Malfatti. Em 1920, foi estudar em Paris, na Académie Julien e com Émile Renard. Ficou lá até junho de 1922 e soube da Semana de Arte Moderna (que aconteceu em fevereiro) através das cartas da amiga Anita Malfatti. Quando voltou ao Brasil, Anita a introduziu no grupo modernista e Tarsila começou a namorar o escritor Oswald de Andrade. Formaram o grupo dos cinco: Tarsila, Anita, Oswald, o também escritor Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Agitaram culturalmente São Paulo com reuniões, festas, conferências. Tarsila disse que entrou em contato com a arte moderna em São Paulo, pois antes ela só havia feito estudos acadêmicos. Em dezembro de 22, ela voltou a Paris e Oswald foi encontrá-la.
1923

Neste ano, Tarsila encontrava-se em Paris acompanhada do seu namorado Oswald. Conheceram o poeta franco suíço Blaise Cendrars, que apresentou toda a intelectualidade parisiense para eles. Foi então que ela estudou com o mestre cubista Fernand Léger e pintou em seu ateliê, a tela 'A Negra'. Léger ficou entusiasmado e até chamou os outros alunos para ver o quadro. A figura da Negra tinha muita ligação com sua infância, pois essas negras eram filhas de escravos que tomavam conta das crianças e, algumas vezes, serviam até de amas de leite. Com esta tela, Tarsila entrou para a estória da arte moderna brasileira. A artista estudou também com Lhote e Gleizes, outros mestres cubistas. Cendrars também apresentou a Tarsila pintores como Picasso, escultores como Brancusi, músicos como Stravinsky e Eric Satie. E ficou amiga dos brasileiros que estavam lá, como o compositor Villa Lobos, o pintor Di Cavalcanti, e os mecenas Paulo Prado e Olívia Guedes Penteado.
Tarsila oferecia almoços bem brasileiros em seu ateliê, servindo feijoada e caipirinha. E era convidada para jantares na casa de personalidades da época, como o milionário Rolf de Maré. Além de linda, vestia-se com os melhores costureiros da época, como Poiret e Patou. Em uma homenagem a Santos Dumont, usou uma capa vermelha que foi eternizada por ela no auto-retrato 'Manteau Rouge', de 1923.
PAU BRASIL
Em 1924, Blaise Cendrars veio ao Brasil e um grupo de modernistas passou com ele o Carnaval no Rio de Janeiro e a Semana Santa nas cidades históricas de Minas Gerais. No grupo estavam além de Tarsila, Oswald, Dona Olívia Guedes Penteado, Mário de Andrade, dentre outros. Tarsila disse que foi em Minas que ela viu as cores que gostava desde sua infância, mas que seus mestres diziam que eram caipiras e ela não devia usar em seus quadros. 'Encontrei em Minas as cores que adorava em criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Mas depois vinguei-me da opressão, passando-as para as minhas telas: o azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante, ...' E essas cores tornaram-se a marca da sua obra, assim como a temática brasileira, com as paisagens rurais e urbanas do nosso país, além da nossa fauna, flora e folclore. Ela dizia que queria ser a pintora do Brasil. E esta fase da sua obra é chamada de Pau Brasil, e temos quadros maravilhosos como 'Carnaval em Madureira', 'Morro da Favela', 'EFCB', 'O Mamoeiro', 'São Paulo', 'O Pescador', dentre outros.
Em 1926, Tarsila fez sua primeira Exposição individual em Paris, com uma crítica bem favorável. Neste mesmo ano, ela casou-se com Oswald (o pai de Tarsila conseguiu anular em 1925 o primeiro casamento da filha para que ela pudesse se casar com Oswald). Washington Luís, o Presidente do Brasil na época e Júlio Prestes, o Governador de São Paulo na época, foram os padrinhos deles.
ANTROPOFAGIA
Em janeiro de 1928, Tarsila queria dar um presente de aniversário especial ao seu marido, Oswald de Andrade. Pintou o 'Abaporu'. Quando Oswald viu, ficou impressionado e disse que era o melhor quadro que Tarsila já havia feito. Chamou o amigo e escritor Raul Bopp, que também achou o quadro maravilhoso. Eles acharam que parecia uma figura indígena, antropófaga, e Tarsila lembrou-se do dicionário Tupi Guarani de seu pai. Batizou-se o quadro de Abaporu, que significa homem que come carne humana, o antropófago. E Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e fundaram o Movimento Antropofágico. A figura do Abaporu simbolizou o Movimento que queria deglutir, engolir, a cultura européia, que era a cultura vigente na época, e transformá-la em algo bem brasileiro.
Outros quadros desta fase Antropofágica são: 'Sol Poente', 'A Lua', 'Cartão Postal', 'O Lago', 'Antropofagia', etc. Nesta fase ela usou bichos e paisagens imaginárias, além das cores fortes.
A artista contou que o Abaporu era uma imagem do seu inconsciente, e tinha a ver com as estórias de monstros que comiam gente que as negras contavam para ela em sua infância. Em 1929 Tarsila fez sua primeira Exposição Individual no Brasil, e a crítica dividiu-se, pois ainda muitas pessoas ainda não entendiam sua arte.
Ainda neste ano de 1929, teve a crise da bolsa de Nova Iorque e a crise do café no Brasil, e assim a realidade de Tarsila mudou. Seu pai perdeu muito dinheiro, teve as fazendas hipotecadas e ela teve que trabalhar. Separou-se de Oswald.
SOCIAL E NEO PAU BRASIL
Em 1931, já com um novo namorado, o médico comunista Osório Cesar, Tarsila expôs em Moscou. Ela sensibilizou-se com a causa operária e foi presa por participar de reuniões no Partido Comunista Brasileiro com o namorado. Depois deste episódio, nunca mais se envolveu com política. Em 1933 pintou a tela 'Operários'. Desta fase Social, temos também a tela 'Segunda Classe'. A temática triste da fase social não fazia parte de sua personalidade e durou pouco em sua obra. Ela acabou com o namoro com Osório, e em meados dos anos 30, Tarsila uniu-se com o escritor Luís Martins, mais de vinte anos mais novo que ela. Ela trabalhou como colunista nos Diários Associados por muitos anos, do seu amigo Assis Chateaubriand. Em 1950, ela voltou com a temática do Pau Brasil e pintou quadros como 'Fazenda', 'Paisagem ou Aldeia' e 'Batizado de Macunaíma'. Em 1949, sua única neta Beatriz morreu afogada, tentando salvar uma amiga em um lago em Petrópolis.
Tarsila participou da I Bienal de São Paulo em 1951, teve sala especial na VII Bienal de São Paulo, e participou da Bienal de Veneza em 1964. Em 1969, a mestra em história da arte e curadora Aracy Amaral realizou a Exposição, 'Tarsila 50 anos de pintura'. Sua filha faleceu antes dela, em 1966.
Tarsila faleceu em janeiro de 1973.
fonte: http://www.tarsiladoamaral.com.br/biografia_resumida.html

Clarice menina

Clarice em setembro de 1927

Então, nasceu Haia (posteriormente chamada de Clarice), que em hebraico quer dizer "vida", em 10 de dezembro de 1920 - data adotada por constar em todos os documentos da menina e por ter sido ratificada no depoimento de seu pai. Uma segunda versão desta data seria 10 de outubro de 1920, segundo uma certidão de nascimento traduzida em janeiro de 1935, em Recife. De acordo com Gotlib (1995:59): "nas duas últimas décadas de sua vida, Clarice adota diferentes datas de nascimento. Embora alguns documentos seus continuem fiéis ao ano de 1920 e embora a crítica adote, durante longo tempo, o de 1925, Clarice registra as de 1921, 1926, 1927...".

In: Calderaro, Adriana da Silva Calderaro. A biografia de Clarice Lispector refletida em Restos do carnaval sob um olhar morfológico. Literatura y Lingüística N°18 ISSN 0716-5811 /pp. 59-100

9 de dez. de 2011

Orquídea chuva de ouro



Oncidium é um gênero de orquídeas largamente distribuídas do México ao sul da América do Sul. Oncídio ou chuva-de-ouro são nomes populares dados a um grande grupo de espécies de orquídeas, pertencentes ao gênero Oncidium. A principal característica deste gênero é a presença de um calo situado na base do labelo da flor. O oncídio mais popular é o Oncidium varicosum, de flores quase que totalmente amarelas.
As flores dos oncídios, no entanto geralmente se apresentam amarelas, marrons, verdes, alaranjadas e não raramente tigradas. Outra característica bastante presente é que as pétalas e sépalas são bastante pequenas em relaçao ao labelo. Na sua maioria epífitas, seus pseudobulbos são ovalados e achatados e contém duas ou quatro folhas cada. Muito utilizados como flor-de-corte.

Devem ser cultivados à meia-sombra, em substrato adequado à espécie, em geral preparados para epífitas, como fibras de coco, casca de pinus, entre outros materiais. Além de se adaptar ao plantio em vasos, vegeta muito bem quando fixado no tronco de árvores com barbante ou sisal. Aprecia a umidade e deve ser irrigado sempre que o substrato se apresentar seco. Tolerante ao frio. Multiplica-se pela divisão da planta, mantendo-se pelo menos três pseudobulbos por muda. Comercialmente multiplica-se por sementes.
fonte: wikipédia

Atelier de Oswald de Andrade

Auto-retrato ou le manteau rouge de Tarsila do Amaral

Caipirinha vestida por Poiret
A preguiça paulista reside nos teus olhos
Que não viram Paris nem Piccadilly 
Nem as exclamações dos homens 
Em Sevilha 
À tua passagem entre brincos

Locomotivas e bichos nacionais 
Geometrizam as atmosferas nítidas 
Congonhas descora sobre o pálio 
Das procissões de Minas 

A verdura no azul klaxon 
Cortada 
Sobre a poeira vermelha 
Arranha-céus

Fordes 
Viadutos 
Um cheiro de café 
No silêncio emoldurado

 Atelier, de Oswald de Andrade para Tarsila, publicado em Pau Brasil, em 1925

Uma imagem de prazer :: Clarice Lispector

     Conheço em mim uma imagem muito boa, e cada vez que eu quero eu a tenho, e cada vez que ela vem ela aparece toda. É a visão de uma flor...