5 de nov. de 2013

Flor da cerejeira, cerejeira, ĉerizo, cerasium, cerise, ciliegia, cherry, cereza, gereziondoak,


























Código :: MIREN AGUR MEABE (Leikeitio, País Basco, em 1962)

Ejor

Proclamo um código alternativo:
alheio às palavras,
uma linguagem sem frases,
uma língua que não possa ser condenada à memória,
uma prosa para enganar promessas,
um dialecto mudo sem
listas de preços ou formas de denúncia,
uma fonte gratuita de significados ambíguos,
um modo de expressar tudo quanto não pode ser expresso.

4 de nov. de 2013

O amor e seu milhão de significados de Guimarães Rosa



“Só o amor em linhas gerais infunde simpatia e sentido à história, sobre cujo fim vogam inexatidões, convindo se componham; o amor e seu milhão de significados. [...] Ele queria conversar com uma mulher [...] queria entender o avesso do passado entre ambos, estudadamente, metia-se nessa música, imagem rendada; o que a música diz é a impossibilidade de haver mundo, coisas. ― Inútil… a lucidez ― está-se sempre no caso da tartaruga e Aquiles. [...] Estava sem óculos; não refabulava. Era o homem ― o ser ridente e ridículo ― sendo o absurdo o espelho em que a imagem da gente se destrói. [...] De dia, de fato, tiveram de romper a porta, havido alvoroço. Na cama jazendo imorais os corpos, os dois, à luz fechada naquele quarto. A morte é uma louca? ― ou o fim de uma fórmula. Mas todos morrem audazmente ― e é então que começa a não-história.”
ROSA, João Guimarães. Palhaço da boca verde. In: Tutaméia: terceiras estórias. 8. Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p.169-173.

Dominique Fortin (Montréal, Canadá 1974 )



















3 de nov. de 2013

Orelha-de-onça – Tibouchina grandiflora





Família: Melastomataceae
Categoria: Arbustos, Arbustos Tropicais
Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical
Origem: América do Sul, Brasil
Altura: 2.4 a 3.0 metros, 3.0 a 3.6 metros
Luminosidade: Sol Pleno
Ciclo de Vida: Perene

Neste arbusto, as folhas apresentam muitos pelos curtos, que conferem uma textura de veludo. As inflorescências, que se formam no verão, são compostas de numerosas flores roxas, com o centro rosado. Ocorrem ainda variedades mais ou menos compactas. No paisagismo, sua utilização é bastante difundida, podendo ser cultivada isolada ou em conjuntos, levando-se sempre em consideração o porte da planta, que pode alcançar 3 metros.

A orelha-de-onça deve ser cultivada sempre a pleno sol em solo fértil, enriquecido com matéria orgânica, com regas regulares. Aprecia a umidade. Multiplica-se por estacas após a floração.

Da literatura de Roberto Bolaño

 Nakamura Daizaburo 

Há uma literatura para quando se está aborrecido. Abunda. Há uma literatura para quando se está calmo. Esta é a melhor literatura, acho eu. Também há uma literatura para quando se está triste. E há uma literatura para quando se está alegre. Há uma literatura para quando se está ávido de conhecimento. E há uma literatura para quando se está desesperado."
in Os Detectives Selvagens. trad. Miranda das Neves

2 de nov. de 2013

Do espanto - Ferreira Gullar



Poesia não nasce pela vontade da gente, ela nasce do espanto, alguma coisa da vida que eu vejo e que não sabia. Só escrevo assim. Estou na praia, lembro do meu filho que morreu. Ele via aquele mar, aquela paisagem. Hoje estou vendo por ele. Aí começo um poema… Os mortos veem o mundo pelos olhos dos vivos. Não dá para escrever um poema sobre qualquer coisa.
O mundo aparentemente está explicado, mas não está. Viver em um mundo sem explicação alguma ia deixar todo mundo louco. Mas nenhuma explicação explica tudo, nem poderia. Então de vez em quando o não explicado se revela, e é isso que faz nascer a poesia. Só aquilo que não se sabe pode ser poesia.

Mil-cores – Breynia disticha, Arbusto-de-neve, Breinia, Folha-de-seda, Pão-nosso-de-cada-dia





Nome Científico: Breynia disticha
Nomes Populares: Mil-cores, Arbusto-de-neve, Breinia, Folha-de-seda, Pão-nosso-de-cada-dia
Família: Phyllanthaceae
Categoria: Arbustos, Arbustos Tropicais,Cercas Vivas
Clima: Equatorial, Oceânico, Subtropical,Tropical
Origem: Ásia, Indonésia, Oceania
Altura: 0.9 a 1.2 metros, 1.2 a 1.8 metros
Luminosidade: Meia Sombra
Ciclo de Vida: Perene

A mil-cores é uma planta arbustiva, monóica, perenifólia e tropical que se destaca pelo colorido de suas folhas e ramos. Seu porte é médio, alcançando de 0,9 a 1,2 metros de altura. O caule é ereto, ramificado, com uma copa em forma de vaso (base mais estreita), ou arredondada. As folhas são ovaladas, inteiras, glabras, dispostas em espiral e lindamente pintadas de verde, branco, rosa e vermelho e até mesmo completamente brancas, dependendo da cultivar. As flores, masculinas ou femininas, são discretas e sem importância ornamental. Os frutos são do tipo cápsula, vermelhos e deiscentes.

Apresenta crescimento rápido a moderado e uma folhagem festiva, alegre, de aspecto denso e delicado. No jardim, ela é apropriada para o cultivo como planta isolada, em grupos ou em conjuntos com outras plantas tropicais, podendo formar composições harmoniosas de cor e textura. No entanto, seu sucesso maior é como cerca-viva, que pode ter um aspecto livre, com ramagem mais aberta, ou mais formal, com podas. Há cultivares de mil-cores de diversas tonalidades, além de formas anãs, próprias para vasos, bordaduras e jardineiras.

Por se tratar de uma planta tropical, típica de regiões costeiras, a mil cores aprecia ambientes com elevada umidade, solo fértil, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Ela poderá vegetar sob sol pleno ou meia-sombra. Caso fique sob sol pleno, ela apreciará a companhia de outras plantas e regas mais freqüentes. Em locais mais secos, ou caso seja plantada isolada ou em vasos, deve ser protegida do sol forte do meio-dia. As podas anuais na primavera estimulam o adensamento da planta, dão forma ao arbusto e provocam a renovação da folhagem e sua cor. Não tolera o frio ou geadas. Multiplica-se por estaquia.

1 de nov. de 2013

Tecido :: Sandra Quinteiro


Dá-me um pouco da tua linha

Quero bordar-te em minha vida

Enfeitar as vestes de minha alma

Alinhavando os desejos

Costurando nossos sonhos

Pespontando as beiradas

Só não quero dar acabamento

Isso não é coisa a se fazer

Pois, a vida é vasto tecido

Sempre pronto a ser adornado

Sempre ávido de ser transformado

Jurga Martin, artista lituana nascida em Utena em 1977

















João Fasolino (1987, Rio de Janeiro)