27 de fev. de 2014

Jurubeba de cipó (Solanum seaforthianum), jasmim italiano, Doce amargo









Jurubeba de cipó
NOME CIENTIFICO: Solanum seaforthianum
FAMILIA DAS SOLANÁCEAS
OBSERVAÇÕES: Trepadeira de pequeno porte exótica e originária da Colômbia.
Ótima para fazer caramanchão ou ser plantadas numa tela para separar ambientes num jardim. As folhas azuladas e frutos vermelhos são muito decorativos. Os frutos podem ser consumidos em picles ou conserva e tem  sabor mais agradável que a jurubeba (Solanum paniculatum). Não confundir essa espécie com Solanum Dulcamara, uma espécie arbustiva de origem Européia com folhas e frutos tóxicos.

Mário Gruber Correia (Santos, 1927 - Cotia, 28 de dezembro de 2011) foi um pintor, gravador, escultor e muralista brasileiro

Se sou alegre ou sou triste?…
Francamente, não o sei.
A tristeza em que consiste?
Da alegria o que farei?
Não sou alegre nem triste.
Verdade, não sou o que sou.
Sou qualquer alma que existe
E sente o que Deus fadou.
Afinal, alegre ou triste?
Pensar nunca tem bom fim…
Minha tristeza consiste
Em não saber bem de mim…
Mas a alegria é assim…

Fernando Pessoa















25 de fev. de 2014

Pedro Luis Raota (1934 - 1986 Argentina)


















Palavras de Sylvia Plath

Paul Klee

Machados
Que batem e retinem na madeira.
E os ecos!
Ecos escapam
Do centro como cavalos.
A seiva
Mina em lágrimas, como a
Água tentando
Repor seu espelho
Sobre a rocha
Que cai e racha,
Crânio branco,
Comido por ervas daninhas.
Anos depois eu
As encontro no caminho –
Palavras secas, sem destino,
Incansável som de cascos.
Enquanto
Do fundo do poço, estrelas fixas
Governam uma vida.
Tradução de Rodrigo Garcia Lopes e Maurício Arruda Mendonça, Sylvia Plath: Poemas, Illuminuras

24 de fev. de 2014

ALFAVACA ANISADA, alfavaca-cheiro-de-anis, alfavaca-anis, anis, erva-doce, elixir-paregórico, alfavaquinha, erva-das-mulheres, atroveran, alfavaca preta.

 





Nome Científico: Ocimum selloi  Benth.
Família botânica: Lamiaceae (Labiatae)
Sinonímias: Ocimum carnosum (Spreng.) Link & Otto ex Benth.(é considerado o nome legítimo pelo catálogo de plantas e fungos do Brasil de 2010) , Ocimum selloi var. genuinum (Benth.) Briq., Ocimum selloi var. carnosum Briq.
Nomes populares: Alfavaca-anisada, alfavaca-cheiro-de-anis, alfavaca-anis, anis, erva-doce, elixir-paregórico, alfavaquinha, erva-das-mulheres, atroveran, alfavaca preta.
Origem ou Habitat: Regiões Sul e Sudeste do Brasil.
Partes usadas: Folhas e inflorescências.
Uso popular: Em cólicas, “dor de barriga", temos a experiência de associá-la a marcela - Achyrocline satureoides com bons resultados), tosse, bronquite, febre, resfriado e como carminativo e digestivo.
Associamos com mil-folhas (Achillea milefolium), erva-cidreira (Melissa officinalis ou Lippia citrodora) para tratar tensão pré-menstrual (TPM), também com bons resultados.
 http://www.hortomedicinaldohu.ufsc.br/planta.php?id=156


 

Um dia virás de Dulce Antunes

Konstantin Makovsky

Um dia virás
subirás os degraus
da escada dos sonhos
virás de olhar límpido
num espelho de silêncio

um dia irás acordar numa manhã cristalina
e verás como o sol brilha sobre o prado
saberás que é para ti
que virá a brisa quente da primavera
e que toda a noite tem o seu término

um dia saberás que o tempo é uma ilusão do mundo
um dia saberás que são as águas do rio que moldam as pedras
e não as rochas que o comprimem

um dia saberás que é por ti que as flores crescem na terra escura
um dia sentirás o seu perfume
e perceberás que a mais alta montanha 
esconde nas suas entranhas o maior tesouro
e que o seu cume é apenas um deserto

23 de fev. de 2014

1910 de Federico Garcia Lorca

Garcia Lorca 

Aqueles olhos meus de mil novecentos e dez
não viram enterrar os mortos,
nem a feira de cinza do que chora de madrugada,
nem o coração que treme acantonado como um cavalinho do mar.

Aqueles olhos de mil novecentos e dez
viram a branca parede onde urinavam meninas,
o focinho do touro, a seta venenosa
e uma luz incompreensível que iluminava pelos cantos
pedaços de limão seco sob o negro duro das garrafas.

Aqueles olhos meus no pescoço do poldro,
no seio trespassado de Santa Rosa adormecida,
nos telhados do amor, com gemidos e mãos sem vergonha
num jardim onde os gatos comiam as rãs.

Sótão onde o velho pó junta estátuas e musgos.
Caixas que guardam silêncios de caranguejos devorados.
No sítio onde o sonho tropeçava na sua realidade.
Ali os meus pequenos olhos.

Não me perguntem nada. Já vi como as coisas
procuram a sua direção e encontram o seu vazio.
No ar deserto há uma dor de ausências
e nos meus olhos pessoas vestidas, sem nudez!

Nova Iorque num poeta. trad. António Moura. Hiena Editora, 1995.

22 de fev. de 2014

Criança lendo de Walter Benjamim

                                                                                                                                                                                                  Bruegel


Da biblioteca da escola recebe-se um livro. Nas classes inferiores é feita uma distribuição. Só uma vez e outra ousa-se um desejo. Muitas vezes vêem-se livros cobiçosamente desejados chegar a outras mãos. Por fim, recebia-se o seu. Por uma semana estava-se inteiramente entregue ao enredo do texto, que envolvia branda e secretamente, densa e incessantemente como flocos de neve. Dentro dele se entrava com confiança sem limites. Quietude do livro que seduzia mais e mais! Cujo conteúdo nem era tão importante. Pois a leitura caía ainda no tempo em que se inventavam histórias para si próprio na cama. Seus caminhos semi-encobertos de neve a criança rastreia. Ao ler, ela mantém as orelhas tapadas; seu livro fica sobre a mesa alta demais e uma das mãos fica sempre pousada sobre a folha. Para ela as aventuras do herói são legíveis ainda no redemoinho das letras como figura e mensagem no rodopiar dos flocos. Sua respiração está no ar dos acontecimentos e todas as figuras lhe sopram. Ela está misturada entre as personagens muito mais de perto do que o adulto. É indizivelmente concernida pelo acontecer e pelas palavras trocadas e, quando se levanta, está totalmente coberta pela neve do lido.
BENJAMIN, W. Obras Escolhidas II - Rua de mão única. p.37.

Uma imagem de prazer :: Clarice Lispector

     Conheço em mim uma imagem muito boa, e cada vez que eu quero eu a tenho, e cada vez que ela vem ela aparece toda. É a visão de uma flor...