Como forma de registrar a vida cotidiana das comunidades e de afirmar sua identidade, as oficinas de arpilleras não somente representaram a expressão dessa realidade como também se transformaram em fonte de sobrevivência em tempos adversos. Muitas arpilleras fazem referência aos valores consolidados da comunidade e aos problemas políticos e sociais que enfrenta. Tornaram-se uma forma de comunicar ao mundo exterior, no país e fora dele, o que estava acontecendo, e ao mesmo tempo, uma forma de atividade cooperativa e fonte de renda.
Graças as arpilleras muitas mulheres chilenas puderam denunciar e enfrentar a ditadura desde fins de 1973. As arpilleras mostravam o que realmente estava acontecendo nas suas vidas, constituindo expressões de tenacidade e da força com que elas levavam adiante a luta pela verdade e pela justiça.
texto extraído do catálogo da exposiçao “Arpilleras da Resistencia Política Chilena”. Memorial da Resistência de Sao Paulo
a palavra "arpillera": pano, tecido feito de fibra, a base de estopa, como os sacos usados para embalar o trigo, o açúcar. Esta palavra vem do "ξηραμπελινος" Greek (xērampelinos) cor de folha seca das parreiras, do latim "xērampĕlĭnus", no francês "serpillière" e "sarpillera" aragonês.