13 de nov. de 2015

Canção Das Coisas Simples :: Armando Tejada Gómez


Alguém se despede insensivelmente de pequenas coisas,

Assim como uma árvore, em tempos de outono, morre por suas folhas.
No final a tristeza é a morte lenta das coisas simples,
Essas coisas simples que causam essa dor no coração.

Alguém sempre retorna aos velhos lugares em que amou a vida,
E então compreende como se fizeram ausentes as coisas queridas.
Por isso rapaz, não partas agora, sonhando com seu retorno,
Pois o amor é simples, e as coisas simples, o tempo devora.
Espere aqui, sob essa luz forte do meio-dia,
Onde encontrarás sob o sol, o pão servido à mesa.

Por isso rapaz, não partas agora, sonhando com seu retorno,
Pois o amor é simples, e as coisas simples, o tempo devora.

.........

Uno se despide, insensiblemente 
de pequellas cosas 
lo mismo que un arbol 
que en tiempo de otoño 
se queda sin hojas 
al fin la tristeza es la muerte lenta 
de las simples cosas 
y esas cosas simples 
que quedan doliendo 
en el corazón 

Uno vuelve siempre 
a los viejos sitios 
donde amo la vida 
y entonces comprende 
como estan de ausentes 
las cosas queridas 
por eso muchacho no partas ahora 
soñando el regreso 
que el amor es simple 
y a las cosas simples las devora el tiempo 

Enamorate aqui 
en la luz mayor 
de este medio dia 
donde encontraras 
con el panal sol 
la mesa tendida 
por eso muchacho no partas ahora 
soñando el regreso 
que el amor es simple 
y a las cosas simples las devora en tiempo 

Uno vuelve siempre 
a los viejos sitios 
donde amo la vida
........................





12 de nov. de 2015

Giselle Quinto



























Resedá-gigante (Lagerstroemia speciosa) escumilho, julieta, flor-de-natal, extremosa e flor-da-rainha.








resedá-gigante (Lagerstroemia speciosa (L.) Pers.

NOME CIENTÍFICO: Lagerstroemia speciosa.

NOME POPULAR: Resedá-gigante, banaba, escumilho, julieta, flor-de-natal, extremosa e flor-da-rainha. Em espanhol é chamado de embrujo-de-la-India e em inglês, como pride-of-India, queens-of-flowers, queens-crapemyrtle ou banaba.

SINONÍMIA: Munchausia speciosa.

FAMÍLIA: Lythraceae

CICLO DE VIDA: Perene.

ORIGEM: China e Índia.

PORTE: Árvore de médio porte com mais de 10 metros de altura, sua copa chega atingir mais de 5 metros de largura.

FOLHAS: Possuem folhas caducas (caem quando se aproxima o inverno),são de coloração verde-escura na página superior e verde mais claro na inferior. Antes de caírem adquirem tonalidade bronzeada/alaranjada. 

FLORES: São hermafroditas, de coloração branca arroxeada, se formam na extremidade de seus ramos em forma de cachos densos e eretos, despontam no final da primavera.

TRONCO: Com casca lisa e escamosa.

LUMINOSIDADE: Sol pleno.

ÁGUA: Enquanto a planta for jovem mantenha o solo ligeiramente úmido, sem encharcá-lo regue de 1 a 2 vezes por semana. Uma vez estabelecida só regue no caso de estiagens prolongadas.

CLIMA: Quente

PODA: Apesar de aceita bem podas, não é necessária, apenas de formação e retirada de ramos secos e mal formados.

CULTIVO: Em solo rico em matéria orgânica que tenha boa drenagem. Não tolera salinidade.

FERTILIZAÇÃO: Aplicar por ocasião do plantio, para uma cova de 40 X 40, incorporar no solo retirado cerca de 20 a 30 litros de esterco de gado bem curtido ou 10 colheres de sopa de NPK, fórmula 04-14-08.  Após 1 ano, adube até 4 vezes ao ano: coloque 3 colheres de sopa, indo aumentando a medida que a ela for crescendo, sempre na projeção da copa, nunca junto ao caule

UTILIZAÇÃO: De maravilhosa beleza ornamental, é muito utilizado em grandes jardins, praças públicas e em calçadas que não tenham fiação aérea.

PROPAGAÇÃO: Por sementes.

PLANTA MEDICINAL: Tem propriedades medicinais
fonte: http://plantas-ornamentais.blogspot.com.br/2011/12/reseda-gigante-lagerstroemia-speciosa.html

Paisagens, quero-as comigo :: Fernando Pessoa


Paisagens, quero-as comigo.
Paisagens, quadros que são...
Ondular louro do trigo,
Faróis de sóis que sigo,
Céu mau, juncos, solidão...
Umas pela mão de Deus,
Outras pelas mãos das fadas,
Outras por acasos meus,
Outras por lembranças dadas...
Paisagens... Recordações,
Porque até o que se vê
Com primeiras impressões
Algures foi o que é,
No ciclo das sensações.
Paisagens... Enfim, o teor
Da que está aqui é a rua
Onde ao sol bom do torpor
Que na alma se me insinua
Não vejo nada melhor.

8-3-1931
Poesias Inéditas (1930-1935). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990).  - 35.

10 de nov. de 2015

Destino, Acaso ou Coincidência :: Haruki Murakami

Podemos muito bem, se for esse o nosso desejo, vaguear sem destino pelo vasto mundo do acaso. Que é como quem diz, sem raízes, exactamente da mesma maneira que a semente alada de certas plantas esvoaça ao sabor da brisa primaveril.
E, contudo, não faltará ao mesmo tempo quem negue a existência daquilo a que se convencionou chamar o destino. O que está feito, feito está, o que tem se ser tem muita força e por aí fora. Por outras palavras, quer queiramos quer não, a nossa existência resume-se a uma sucessão de instantes passageiros aprisionados entre o «tudo» que ficou para trás e o «nada» que temos pela frente. Decididamente, neste mundo não há lugar para as coincidências nem para as probabilidades.
Na verdade, porém, não se pode dizer que entre esses dois pontos de vista exista uma grande diferença. O que se passa - como, de resto, em qualquer confronto de opiniões - é o mesmo que sucede com certos pratos culinários: são conhecidos por nomes diferentes mas, na prática, o resultado não varia.

in 'Em Busca do Carneiro Selvagem'

9 de nov. de 2015

Alison Moritsugu








Bom dia, amor :: Carminho (carta de Maria José)

Gustave Caillebotte

Bom dia amor,
Dizem as rosas da janela ao ver o sol nascer
Bom dia amor,
Tal como as rosas espero sempre por te ver
E um dia há-de ser dia corra o vento para onde for
Juntam-se as rosas para me ver com o meu amor

Bom dia digo sempre quando vens
Quando passam por mim os olhos seus
E mais diria ao olhos do meu bem
Se ao menos uma vez vissem os meus
E mais diria ao olhos do meu bem
Se ao menos uma vez vissem os meus

Daqui eu digo tudo o que te vejo
A cada teu passar na minha rua
Assim é como vivo e assim te beijo
E trago esta maneira de ser tua
Assim é como vivo e assim te beijo
E trago esta maneira de ser tua


Palavras-amálgamas :: Silvana Conterno

 Henrique Martins
Não joguei fora o que quebrou
Junto cacos, na esperança
de um dia ser inteira
Com as marcas da colagem
Traço o mapa em que me forjei
Desenho único e estranho
Finos traços e queloides
Quem se aproxima e me toca
De olhos fechados me reconhece
Sente planícies calmas, regaço acolhedor
alguns penhascos de dar vertigem
e cicatrizes profundas
Que hoje preencho
com palavras-amálgamas 
que a vida me doou


Uma imagem de prazer :: Clarice Lispector

     Conheço em mim uma imagem muito boa, e cada vez que eu quero eu a tenho, e cada vez que ela vem ela aparece toda. É a visão de uma flor...