28 de ago. de 2016

Tecomaria amarela - Tecoma capensis




Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: Eudicots
Clado: Asterids
Ordem: Lamiales
Família: Bignoniaceae
Género: Tecoma
Espécie: T. capensis
Nome binomial
Tecoma capensis
(Thunb.) Lindl.
Sinónimos
Tecomaria capensis
Bignonia capensis

Tecoma capensis é uma espécie de angiospérmicas da família Bignoniaceae com distribuição natural no sul de África. A espécie tem ampla utilização como planta ornamental encontrando-se naturalizada em diversas regiões temperadas e subtropicais, sendo frequentemente comercializada sob o sinónimo taxonómico Tecomaria capensis.

T. capensis é um arbusto erecto e escandente, com 2–3 m de altura e forte tendência para alargar através do enraizamento de turiões laterais formando uma estrutura tendencialmente cespitosa. A espécie é normalmente perenifólia, mas pode perder as folhas em climas mais frios.
Em alguns habitats pode expandir-se rapidamente através da emissão de longos turiões de crescimento que se apoiam nos troncos e ramos de outras plantas, bem como pedregulhos, treliças, cercas e muros, o que pode levar a planta a ocupar rapidamente vastas áreas, recobrindo arbustos e árvores ou estruturas construídas.
As folhas, com inserção oposta, podem atingir 15 cm de comprimento, pinadas, com 5-9 folíolos oblongos, ligeiramente serrilhadas nas margens e coloração verde a verde-escuro.
As flores são tubulares e estreitas, com cerca de 7,5 cm de comprimento, e coloração alaranjada, agrupados em inflorescências terminais, paniculadas com 10–15 cm de comprimento. A floração ocorre em diferentes períodos ao longo do ano.
Existem variedades desenvolvidas para efeitos ornamentais cuja cor da flor varia de alaranjado a laranja-avermelhado e a amarelo.
A espécie tem distribuição natural na região do Sul da África, ocorrendo naturalmente na África do Sul, Suazilândia e sul de Moçambique.
fonte Wikipédia 


Cada palavra dita é a voz de um morto :: Fernando Pessoa


Cada palavra dita é a voz de um morto.
Aniquilou-se quem se não velou
Quem na voz, não em si, viveu absorto.
Se ser Homem é pouco, e grande só
Em dar voz ao valor das nossas penas
E ao que de sonho e nosso fica em nós
Do universo que por nós roçou
Se é maior ser um Deus, que diz apenas
Com a vida o que o Homem com a voz:
Maior ainda é ser como o Destino
Que tem o silêncio por seu hino
E cuja face nunca se mostrou.

Poema inédito de Fernando Pessoa foi encontrado em um  "livro de autógrafos" com um manuscrito de do poeta na última página. O caderno foi comprado pelo advogado brasileiro José Paulo Cavalcanti Filho, direto de  alfarrabista português.


27 de ago. de 2016

AGUAPÉ (Eichhornia crassipes) Baroneza, Camalote, Jacinto-d'água, Murumuru, Mururé, Pareci, Pavoa, Rainha-dos-lagos






fotos de Assucena Tupiassu  


Nome Científico: Eichhornia crassipes
Nomes Populares: Aguapé, Baroneza, Camalote, Jacinto-d'água, Murumuru, Mururé, Pareci, Pavoa, Rainha-dos-lagos
Família: Pontederiaceae
Categoria: Plantas Aquáticas, Plantas Flutuantes
Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical
Origem: América Central, América do Norte, América do Sul
Altura: 0.1 a 0.3 metros
Luminosidade: Sol Pleno
Ciclo de Vida: Perene

Planta aquática e flutuante o aguapé é muito ornamental. No entanto em algumas situações de superpopulação ela pode se tornar um problema em lagos. De folhas redondas, grandes e brilhantes o aguapé se multiplica rapidamente. Sua inflorescência composta de belas flores azuis arroxeadas se assemelha a do jacinto.

No paisagismo, o aguapé é utilizado para povoar lagos e espelhos d’agua, favorecendo a vida aquática, principalmente os peixes. Deve ser cultivada a pleno sol em água com pH corrigido e naturalmente fértil. Não é necessário enterrar já que a planta é flutuante. Evitar o uso de fertilizantes do tipo NPK e outros agroquímicos que podem envenenar os peixes e provocar uma explosão no crescimento da planta. O próprio ciclo natural de um lago com peixes já é suficiente como adubação. Não tolera geadas e multiplica-se por divisão da planta.
fonte: Jardineiro.net

Num dia excessivamente nítido :: Fernando Pessoa

Num dia excessivamente nítido,
Dia em que dava a vontade de ter trabalhado muito
Para nele não trabalhar nada,
Entrevi, como uma estrada por entre as árvores,
O que talvez seja o Grande Segredo,
Aquele Grande Mistério de que os poetas falsos falam.

Vi que não há Natureza,
Que Natureza não existe,
Que há montes, vales, planícies,
Que há árvores, flores, ervas,
Que há rios e pedras,
Mas que não há um todo a que isso pertença,
Que um conjunto real e verdadeiro
É uma doença das nossas idéias.

A Natureza é partes sem um todo.
Isto é talvez o tal mistério de que falam.

Foi isto o que sem pensar nem parar,
Acertei que devia ser a verdade
Que todos andam a achar e que não acham,
E que só eu, porque a não fui achar, achei.

O Guardador de Rebanhos.  in Athena, nº 4. Lisboa: Jan. 1925.

26 de ago. de 2016

Clerodendro-vermelho – Clerodendrum splendens



Nome Científico: Clerodendrum splendens
Nomes Populares: Clerodendro-vermelho, Clerodendro, Clerodendro-trepador
Família: Lamiaceae
Categoria: Trepadeiras
Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical
Origem: Ásia
Altura: 2.4 a 3.0 metros
Luminosidade: Sol Pleno
Ciclo de Vida: Perene
O clerodendro-vermelho é uma trepadeira de textura semi-lenhosa muito ornamental, que confere romantismo ao jardim. Ela apresenta inflorescências terminais, compostas de numerosas flores vermelhas, com cálice da mesma cor. Estes pequenos buquês vermelhos se formam no inverno, época em que dificilmente outras trepadeiras florescem. Seus ramos são longos e têm folhas ovais, grandes, de coloração verde escura e com nervuras bem demarcadas.

Esta trepadeira têm crescimento lento a moderado e necessita de tutoramento e amarrios. Ela é adequada a diferentes tipos de suporte, como pérgolas, caramanchões, treliças e pórticos. O clerodendro-vermelho é uma espécie muito rústica, e que dispensa maiores manutenções. Atrai beija-flores.

Devem ser cultivados à pleno sol, em solo fértil e enriquecido com matéria orgânica, com regas regulares. Não é tolerante às geadas, mas aprecia o clima ameno. Multiplica-se por estaquia ou por alporquia.
fonte: jardineiro.net

A Ilha dos Mortos :: Arnold Böcklin

5a. versão 

3a. versão
2a. versão 

A Ilha dos Mortos é uma conhecida série de quadros do pintor suíço Arnold Böcklin. Böcklin criou múltiplas versões do mesmo quadro, no qual é representado um remador e uma figura branca sobre um pequeno barco, cruzando uma ampla extensão de água em direção a uma ilha rochosa. O objeto que acompanha as figuras no barco se identificam geralmente como um ataúde, e a figura branca com Caronte, o barqueiro que na mitologia clássica conduzia as almas ao Hades. Böcklin nunca explicou o significado de sua pintura, e, de fato, o título da obra não se deve a ele senão ao contratante Fritz Gurlitt, que a batizou assim em 1883.

Jean Dieuzaide (1921 Grenade (Haute-Garonne) 2003 Toulouse, França)





















25 de ago. de 2016

Cipó vermelho, Flor de São João ( Pyrostegia venusta)






Nome Científico: Pyrostegia venusta
Nomes Populares: Cipó-de-são-joão, Cipó-vermelho, Flor-de-são-joão
Família: Bignoniaceae
Categoria: Medicinal, Trepadeiras
Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical
Origem: América do Sul, Brasil
Altura: 9.0 a 12 metros
Luminosidade: Sol Pleno
Ciclo de Vida: Perene

Trepadeira muito utilizada na decoração das festividades de São João em todo o Brasil. Produz muitas inflorescências, compostas de pequenas flores alongadas e alaranjadas em pleno inverno destacando-se. É uma planta interessante quando queremos ter flores vistosas nos meses frios. Cobre muito bem pérgolas, cercas, treliças, muros e caramanchões.

Devem ser cultivadas em solo fértil com regas regulares, sempre a sol pleno. Uma boa adubação com farinha de ossos e cinzas estimula uma floração abundante. É frequente observá-la nas matas a beira das estradas. Multiplica-se por sementes e por estaquia.

Pensamento


Tem horas em que, de repente, o mundo vira pequenino, mas noutro, 
de repente ele já torna a ser demais de grande, outra vez. 
A gente deve de esperar o terceiro pensamento.
Guimarães Rosa 

24 de ago. de 2016

Chuchu, caiota, pimpinela (Sechium edule) christophene, vegetable pear, mirliton, choko, starprecianté, citrayota, chow chow








Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Violales
Família: Cucurbitaceae
Género: Sechium
Espécie: S. edule
Nome binomial
Sechium edule (Jacq.) Swartz, 1800 é uma hortaliça-fruto, ou seja, um vegetal da categoria dos frutos, conhecido pelos nomes comuns de chuchu, machucho, caiota (Açores) e pimpinela (ilha da Madeira). Existe em abundância na ilha da Madeira, principalmente junto aos cursos de água (ribeiras e nascentes). Em países latinos é conhecido como Chayote, enquanto em países de língua inglesa é conhecido por christophene, vegetable pear, mirliton, choko, starprecianté, citrayota, chow chow (India) or pear squash.
Apesar de ser uma hortaliça, ou seja, poder ser cultivada na horta caseira, é considerada um fruto, tal como o tomate (devido ao fato de suas sementes estarem dentro, resultado da fecundação do óvulo da flor, envolvidas pela parte comestível).
História 
Sua origem é atribuída à América Central em países como Costa Rica e Panamá. Foi registrada pela primeira vez pelo botânico Patrick Browne em 1756.
Segundo alguns historiadores, essa hortaliça-fruto já era cultivada no Caribe à época do descobrimento da América. É uma trepadeira herbácea da família das cucurbitáceas.
Era bem conhecida na antiguidade pelos astecas e tinha grande destaque entre as demais hortaliças cultivadas na época, devido ao seu sabor característico e bastante suave, podendo ser consumido durante o ano todo. De fácil digestão, rica em fibras e pobre em calorias, bom para um regime alimentar.
Na Madeira, é conhecida por pepinela ou pimpinela e faz parte da gastronomia local, sendo normalmente cozida com feijão com casca, batatas e maçarocas de milho para acompanhar pratos de peixe, normalmente caldeiradas.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O nome do cão - Manuel Pina

Robert E. Wood

O cão tinha um nome
por que o chamávamos
e por que respondia,
mas qual seria
o seu nome
só o cão obscuramente sabia.
Olhava-nos com uns olhos que havia
nos seus olhos
mas não se via o que ele via,
nem se nos via e nos reconhecia
de algum modo essencial
que nos escapava
ou se via o que de nós passava
e não o que permanecia,
o mistério que nos esclarecia.
Onde nós não alcançávamos
dentro de nós
o cão ia.
E aí adormecia
dum sono sem remorsos
e sem melancolia.
Então sonhava
o sonho sólido em que existia.
E não compreendia.
Um dia chamámos pelo cão e ele não estava
onde sempre estivera:
na sua exclusiva vida.
Alguém o chamara por outro nome,
um absoluto nome,
de muito longe.
E o cão partira
ao encontro desse nome
como chegara: só.
E a mãe enterrou-o
sob a buganvília
dizendo: "É a vida..."

23 de ago. de 2016

Mário de Andrade - fotógrafo








fonte: http://oficinasculturais.org.br/mariodeandrade/

O remo sou eu mesmo... Mia Couto


Meu pai me queria confessar intimidades. Que o avô tinha falado com ele. E lhe mostrara como ele, o meu pai, não sendo o mais idoso era o mais envelhecido de todos nós. Porque era o mais desistido de tudo, o mais alheio ao alento e à crença. Aquela chuva se imobilizava junto ao solo? Pois também ele, o meu pasmado pai, tinha estancado junto à vida. O avô entendera o porquê da desistência de meu pai viver, o falir da sua esperança. O verdadeiro motivo daquela modorra não era ele ter estado, anos e vidas, fechado nas minas. Todo homem, afinal, está sempre saindo de um subterrâneo escuro. É por isso que tememos os bichos que vivem nas tocas -, partilhamos com eles esse mundo feito de trevas, segredos murmurados por demónios em chamas. O verdadeiro motivo de meu pai ter desistido era porque ele se pensava como o centro de si mesmo. Meu pai estava entupido de si próprio. Ele fora sufocado pelo seu umbigo.
      A solução era sair de dentro de si, arregaçar as mangas e os braços, arregaçar a alma inteira e tomar a dianteira sobre o destino.
      - Você já escavou no fundo da terra. Escave agora no céu.
      Foi assim que o avô falou. Meu pai entendeu, sem mais explicação. O avô queria a viagem. Na outra margem estava Ntoweni. Do outro lado do chuvilho estava um rio parado.
      A canoa e mais a viagem fariam a ponte que faltava.
      - A ponte entre o rio e a chuva? - perguntei.
      - A ponte entre eu e você, meu filho.
      Sim, porque a ponte entre ele e minha mãe já estaria refeita, a paixão renascida da cinza pela fagulha do ciúme.
      - Eu me sinto na boca da mina, espreitando a claridade. Sua mãe me dá à luz. É isso que eu sinto. Você lembra como dizia o avô?
      Dizia? Meu pai já falava do avô no passado. Abanei a cabeça em recusa desse tempo de verbo mais do que em resposta a meu pai.
      - O amor não é a semente. O amor é o semear. Era assim que o mais-velho dizia.
      Nos erguemos, sem pressa, para subir a ladeira. Meu velho espiou-me o semblante para confirmar a minha tristeza.
      - Não fique triste, filho. Que tudo isso é um engano. Não é o morrer que é para sempre. O nascer é que é para sempre.
      E fomos buscar o avô. Trouxemo-lo nos braços como se ele fosse uma criança. Depois o deitámos no barco. Meu pai apontou a proa em direcção ao mar. Eu coloquei os remos dentro da canoa. Mas ele devolveu-mos.
      - Não preciso. O remo sou eu mesmo...
fonte: A Chuva Pasmada. Editorial Caminho, 2004.

Uma imagem de prazer :: Clarice Lispector

     Conheço em mim uma imagem muito boa, e cada vez que eu quero eu a tenho, e cada vez que ela vem ela aparece toda. É a visão de uma flor...