Uma coisa bonita era para se dar ou para se receber, não apenas para se ter. Clarice Lispector
31 de jul. de 2017
30 de jul. de 2017
Não: devagar :: Fernando Pessoa (Álvaro de Campos )
Não: devagar.
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.
Devagar...
Sim, devagar...
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar...
Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
TaIvez a impressão dos momentos seja muito próxima...
Talvez isso tudo...
Mas o que me preocupa é esta palavra devagar...
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo...
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?
30-12-1934
Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993). p.71.
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.
Devagar...
Sim, devagar...
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar...
Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
TaIvez a impressão dos momentos seja muito próxima...
Talvez isso tudo...
Mas o que me preocupa é esta palavra devagar...
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo...
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?
30-12-1934
Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993). p.71.
26 de jul. de 2017
O Que é Escrever? :: Agustina Bessa-Luís
Johannes Vermeer
Escrever é isto: comover para desconvocar a angústia e aligeirar o medo, que é sempre experimentado nos povos como uma infusão de laboratório, cada vez mais sofisticada. Eu penso que o escritor com maior sucesso (não de livraria, mas de indignação social profunda) é aquele que protege os homens do medo: por audácia, delírio, fantasia, piedade ou desfiguração. Mas porque a poética precisão de dum acto humano não corresponde totalmente à sua evidência. Ama-se a palavra, usa-se a escrita, despertam-se as coisas do silêncio em que foram criadas. Depois de tudo, escrever é um pouco corrigir a fortuna, que é cega, com um júbilo da Natureza, que é precavida.
Agustina Bessa-Luís, in "Contemplação Carinhosa da Angústia"
Coca: do quíchua kuka (Erytroxylum coca) (do quíchua kuka)
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Malpighiales
Família: Erythroxylaceae
Género: Erythroxylum
Espécie: E. coca
Nome binomial
Erythroxylum coca
Lam.
Coca (do quíchua kuka) é uma planta da família Erythroxylaceae, seu nome científico é Erythroxylum coca. Nativa da Bolívia e do Peru, tem porte arbustivo/arbóreo e pode ficar frondosa, suas flores são amarelo-alvacentas, pequenas e aromáticas, solitárias ou reunidas em cimeiras, os frutos drupáceos oblongos, vermelhos, e cujas folhas possuem 14 alcaloides, e dentre eles a cocaína.
O extrato de coca possui diversos compostos orgânicos e inorgânicos, como na maioria da plantas. Há proteínas, vitaminas, carboidratos, gorduras, fibras, cálcio, fósforo e ferro, entre outros oligoelementos.[carece de fontes] As propriedades analgésicas da coca foram descobertas pelos incas e até hoje as suas folhas são habitualmente mascadas na região dos Andes. Os efeitos do alcalóide (cocaína) podem aplacar a fome e a fadiga.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
24 de jul. de 2017
Gosto das palavras :: Eugénio de Andrade
Monet
"...gosto das palavras que sabem a terra, a água, aos frutos de fogo do verão, aos barcos no vento; gosto das palavras lisas como seixos, rugosas como pão de centeio. Palavras que cheiram a feno e a poeira, a barro e a limão, a resina e a sol."in Ensaios reunidos de Luís Miguel Nava
21 de jul. de 2017
Lobeira ou Fruta-do-lobo, jurubebão, beringela-do-campo ou maçã-do-cerrado (Solanum lycocarpum)
A lobeira também conhecida por jurubebão, beringela-do-campo ou maçã-do-cerrado, pode ser um pequeno arbusto ou uma árvore de até 5 metros de altura.
A flor da lobeira é hermafrodita de uma incrível beleza em sua cor azul arroxeada com o estigma amarelo
Folhas grandes, ovaladas com pilosidade branca que as tornam brilhantes ao sol.
A fruta é um pouco maior que uma laranja arredondada atingem até 13 cm de diâmetro, de cor verde ao amadurecer fica com tons marrons. Exala um perfume delicioso que ao entardecer fica ainda mais forte abrangendo grande área, atraindo os que dela necessita.
Não é por acaso que a lobeira possui este nome: trata- se de espécie muito apreciada pelo lobo-guará, o verdadeiro lobo brasileiro - animal em extinção, habitante da região dos cerrados - constituindo-se em um de seus principais alimentos .
Representa até 50% da dieta alimentar do lobo-guará, acreditando-se que tenha ação terapêutica contra o verme-gigante-dos-rins, que é muito frequente e geralmente fatal no lobo.
A polpa é enjoativa, possui cheiro muito ativo e penetrante e contém alcalóides de natureza pouco conhecida. São macios, meio jaca, meio manga, só que atenuadas. E é perfumada como chiclete de tutti-fruti.Constituintes químicos: taninos.
A infusão da raiz da lobeira é usada contra hepatite e o xarope dos frutos, contra asma.
Um pó branco extraído do fruto verde é também utilizado para combater diabetes e eplepsia. Os frutos verdes contêm solasodina, substância química precursora de esteróides
fonte: http://www.caliandradocerrado.com.br/2009/02/fruta-do-lobo.html
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