5 de jul. de 2019

Brugmansia










Brugmansia
Classificação científica
Reino: Plantae
Filo: Magnoliophyta
Clado: angiospérmicas
Clado: eudicotiledóneas
Clado: asterídeas
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Solanales
Família: Solanaceae
Subfamília: Solanoideae
Tribo: Datureae
Género: Brugmansia

Brugmansia é um género botânico pertencente à família Solanaceae, nativo das regiões subtropicais do México, América Central e América do Sul, ao longo dos Andes, desde a Colômbia até ao norte do Chile, incluindo o sudeste do Brasil. Inclui as espécies conhecidas pelo nome comum de trombetas, sendo morfologicamente muito semelhante ao género Datura, com o qual está estreitamente aparentado, diferindo por serem plantas perenes e lenhosas. A maioria das espécies deste género constitui um complexo específico, com frequente hibridação e desde há muito sujeito a cultura pelos povos ameríndios que as utilizam como enteógeno, como alucinógeno e como plantas medicinais. Todas as espécies conhecidas estão consideradas como extintas na natureza. Devido ao uso como droga recreativa, em algumas circunscrições está proibido o comércio ou mesmo o cultivo das espécies deste género
Sinónimos
Datura albidoflava Lem., 1854
Datura gardneri Hooker, 1846
Datura suaveolens Humboldt & Bonspland ex Willdenow, 1809
Datura suaveolens f. albidoflava (Lem.) Voss, 1894
Datura suaveolens var. macrocalyx Sendtner, 1846
Dyssochroma albidoflavum (Lem.) Lem., 1859
Pseudodatura suaveolens (Humboldt & Bonspland ex Willdenow) Zijp, 1920
Brugmansia suaveolens (Humb. & Bonpl. ex Willd.) G. Don
Datura arborea Mart.
Stramonium arboreum Moenc
conhecida, entre muitos outros, pelos nomes comuns de trombeta, zabumba, cartucho, hálito do diabo, mata-zombando, erva dos mágicos, erva dos feitiçeiros, borrachero, cacao sabanero e canudo,[3] é um arbusto do género Brugmansia da família Solanaceae, utilizada como planta ornamental devido às suas grandes flores fragrantes. As suas folhas e flores são usadas em medicina tradicional como fitoterápicos para combater distúrbios intestinais e doenças de pele e como enteógeno e alucinógeno, em geral por infusão. A espécie era endémica na região costeira do sueste do Brasil, mas presentemente é cultivada em todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo e considerada como extinta na natureza








1 de jul. de 2019

Claridade (para a segunda-feira dos meus amigos) :: Tainah Drummond

 Wu Guanzhong
Observo o andar de trabalhadores ao fim de um dia morno.
O peso dos ombros nos joelhos, o jeito de carregar as mãos vazias, desamparadas; a linha reta em que seguem sentados em um balanço sem vento.
Sinto pulmões que ocupam o mínimo espaço, e um coração que bate, bate, bate no ritmo ilusório dos segundos.
Olho esses passos sem cor e, em pequenos instantes, eles se transformam em gotas invisíveis.
Uma água escura e salgada cobre o chão.
Fecho os olhos e penso em uma música de infância. Uma flauta que vem de um lugar distante; lá de onde as crianças não sentem dor.
Começo a cantar pelo coração, debaixo de um sol branco sem suor.
E este sol, senhor das formas de amor, pouco a pouco, vai secando nosso chão de sal.
E todas as coisas voltam a ser como eram: doces e cristalinas, como a risada de uma pequena flor.
 fonte: http://revistacult.uol.com.br/home/2015/05/claridade-para-a-segunda-feira-dos-meus-amigos/

Encontrar o que se perdeu :: Armando Freitas Filho

Mario Schifano

Encontrar o que se perdeu
dentro da cabeça
antes de usar a mão
para pegá-lo fora dela
e encontrar-se no sentimento
longínquo, quase esquecido
é encontrar os óculos para ver melhor
a hora certa do dia, reaprender
apreender, usufruir de novo
o gosto de saber, guardar
ainda que for para dar ou dividir
porque assim não estará
nem perdido, nem preso, nem à parte. 

28 de jun. de 2019

ODA A LAS COSAS ROTAS :: Pablo Neruda


Se van rompiendo cosas
en la casa
como empujadas por un invisible
quebrador voluntario:
no son las manos mías,
ni las tuyas,
no fueron las muchachas
de uña dura
y pasos de planeta:
no fue nada y nadie,
no fue el viento,
no fue el anaranjado mediodía
ni la noche terrestre,
no fue ni la nariz ni el codo,
la creciente cadera,
el tobillo,
ni el aire:
se quebró el plato, se cayó la lámpara,
se derrumbaron todos los floreros
uno por uno, aquél
en pleno octubre
colmado de escarlata,
fatigado por todas las violetas,
y otro vacío
rodó, rodó, rodó
por el invierno
hasta ser sólo harina
de florero,
recuerdo roto, polvo luminoso.
Y aquel reloj
cuyo sonido
era
la voz de nuestras vidas,
el secreto
hilo
de las semanas,
que una a una
ataba tantas horas
a la miel, al silencio,
a tantos nacimientos y trabajos,
aquel reloj también
cayó y vibraron
entre los vidrios rotos
sus delicadas vísceras azules,
su largo corazón
desenrollado.

La vida va moliendo
vidrios, gastando ropas,
haciendo añicos,
triturando
formas,
y lo que dura con el tiempo es como
isla o nave en el mar,
perecedero,
rodeado por los frágiles peligros,
por implacables aguas y amenazas.

Pongamos todo de una vez, relojes,
platos, copas talladas por el frío,
en un saco y llevemos
al mar nuestros tesoros:
que se derrumben nuestras posesiones
en un solo alarmante quebradero,
que suene como un río
lo que se quiebra
y que el mar reconstruya
con su largo trabajo de mareas
tantas cosas inútiles
que nadie rompe
pero se rompieron.


Pablo Neruda

24 de jun. de 2019

Poema-prefácio :: Armando Freitas Filho

Olga Rozanova

O rol desenrolado aqui
acolhe de tudo um pouco.
Coisas de cama, mesa, banho
um trivial variado, familiar
estranho, com uma pitada de déjà-vu
e o apanhado na rua, andando:
às vezes tão urgente e passageiro
que sem "nada no bolso ou nas mãos"
pedia canetas emprestadas
e um papel qualquer, onde
escrevia calcando, com letra
garranchosa, de dentro, imediata
e torta, mas que se aplicava
exata, naquilo que corria
por fora do escritório da cabeça
no vento livre de véu, a céu aberto
ou quando não, no nó apertado
cego, difícil de desmanchar
o que apressava o ponto final.



In: Rol. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

Uma imagem de prazer :: Clarice Lispector

     Conheço em mim uma imagem muito boa, e cada vez que eu quero eu a tenho, e cada vez que ela vem ela aparece toda. É a visão de uma flor...