29 de nov. de 2021

Jatobá :: Hymenaea courbaril)


Jatobá-verdadeiro, jatobazeiro ou apenas jatobá, (nome científico: Hymenaea courbaril) é uma árvore da família das fabáceas. É a espécie arbórea dominante na floresta estacional semidecidual submontana.A espécie pode alcançar 40 metros de altura e 2 metros de diâmetro, embora uma árvore tenha atingido 95 metros na Amazônia. As folhas são compostas por 2 folíolos, semidecíduas, coriáceas, com seis a 14 cm de comprimento e 3 a 5 cm de largura. A floração ocorre na época de seca do ano e a frutificação ocorre cerca de 4 meses depois. Embora a espécie seja considerada ameaçada de extinção devido à superexploração, e como árvore rara, com apenas uma árvore por hectare pelo Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais (IPEF), foi avaliada como pouco preocupante na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais versão 3.1, pois tem uma larga distribuição geográfica, por ser considerada comum, e por ocorrer em áreas protegidas, e por sua população não estar ameaçada ou em declínio.

Classificação científica

Reino: Plantae

Divisão: Magnoliophyta

Classe: Magnoliopsida

Ordem: Fabales

Família: Fabaceae

Subfamília: Caesalpinioideae

Tribo: Detarieae

Género: Hymenaea

Espécie: H. courbaril

Subespécie: * H. courbaril var. villosa;

H. c. var. courbaril;

H. courbaril var. stilbocarpa;

H. courbaril var. subsessilis;

Nome binomial

Hymenaea courbaril

L., 1753

É considerada sagrada por povos indígenas, que serviam os frutos antes de rituais de meditação, pois acreditavam que o fruto trazia equilíbrio mental, e pesquisas recentes demonstraram que realmente, o fruto pode trazer benefícios à organização mental, o fruto é rico em ferro, e é indicado a quem sofre de anemia [carece de fontes]. A madeira do jatobá é uma das mais valiosas entre todas as espécies do mundo.Como espécie mais amplamente distribuída do gênero, o jatobá pode ser encontrado desde o sul do México e Antilhas até grande parte da América do Sul, no Brasil é encontrado desde o norte a sudeste; na Amazônia, na Caatinga, no Cerrado, na Mata Atlântica e no Pantanal, e está sendo introduzida na China, na Costa do Marfim, na Indonésia, no Quênia, no Madagascar, na Maurícia, em Singapura, no Sri Lanka, em Taiwan e em Uganda. É encontrada em altitudes superiores a 700 metros acima do nível do mar.

Das 6 variedades da espécie, 3 são endêmicas do Brasil, a variedade Hymenaea courbaril var. stilbocarpa está em risco de extinção, foi uma das espécies plantadas pelo Instituto Florestal de São Paulo, para conservação genética ex situ. Seu fruto tem uma polpa farinácea comestível e muito nutritiva, que é consumida por humanos e outros animais. É utilizada para fazer farinhas, doces e bebidas. É recomendada para uso em paisagismo e para revegetação de áreas devastadas pois atrai pássaros e mamíferos que fazem a dispersão das sementes na floresta. Também é uma boa opção para restauração de áreas contaminadas com metais pesados. Na Bolívia é recomendado seu uso para cortinas naturai.

Fonte: Wikipedia 

27 de nov. de 2021

Gris :: Liria Porto

 verde - não te quero verde

quero-te bem maduro

no ponto certo do apuro

dos teus cabelos cinzentos

das tuas marcas e rugas

que o tempo faz quando cura

as desilusões


* líria porto


12 de nov. de 2021

Canção para Amazônia:: Nando Reis e Carlos Rennó

Maior floresta tropical da Terra

A toda hora sofre um duro golpe.

Contra trator, corrente, motosserra,

A bela flora clama em vão: “Me poupe!”

Porém tem uma gente surda e cega

Para a beleza e o valor da mata,

Embora o mundo grite que já chega

Pois é a vida que o desmate mata.

Mais vasta ainda todavia é a devastação e o trauma:

Focos de fogo nos sufocam fauna, flora e até a alma.

Amazônia!

Razão de tanta insânia e tanta insônia!

Amazônia!

Objeto de omissão e ação errônea!

Amazônia!

É sem igual, sem plano B nem clone a

Amazônia!

Desmonte pra desmate e desvario

Liberam a floresta no Brasil

Pro agrobiz e pra mineração,

Pra hidrelétrica, pra exploração.

Recompensando o crime ambiental,

Desregulando o clima mundial,

Negam ciência, incêndio e derrubada.

Negando, vão passando a boiada.

Que ignorância, repugnância, a cada lance, a cada vídeo!

Que grande bioecoetnogenomatrisuicídio!

Amazônia!

Abaixo o (des) governo que abandone a

Amazônia!

Não mais a soja, o pasto que seccione a

Amazônia!

Não mais a carne, o prato que pressione a

Amazônia!

Dos povos da floresta sob pressão,

O indígena, seu grande guardião,

Em comunhão com ela há milênios,

Nos últimos e trágicos decênios

Vem vendo a mata sendo ameaçada

E cada terra deles atacada

Por levas de peões de poderosos

Com planos de riqueza horrorosos.

É invasão!, destruição!, ódio a quem são seus empecilhos!

Eles não pensam no amanhã nem do planeta nem dos próprios filhos!

Amazônia!

Abaixo o madeireiro que detone a

Amazônia!

Abaixo o garimpeiro que infeccione a

Amazônia!

Abaixo o grileiro que fraciona a

Amazônia!

Mais valiosa que qualquer minério,

Tragada pela mata que transpira,

A água que evapora sobe e vira

De veio subterrâneo a rio aéreo.

Mais volumosos do que o Amazonas,

Os rios voadores distribuem

Seus límpidos vapores que afluem

Ao Centro-Sul, chegando noutras zonas.

Então como é que na floresta mais chuvosa o fogo avança,

E ardendo em chamas nela queima de futuro uma esperança?

Amazônia!

Não mais um mandatário que intencione a

Amazônia,

Nem mais um empresário que ambicione a

Amazônia

Pra mais um ciclo de nação-colônia.

Amazônia!

Visão monumental que maravilha

Obra da natureza que exubera

De cores, seres, cheiros, som, de vida

Tão pródiga, tão pura, tão diversa

A fábrica de chuva mais prolixa

A máquina do mundo mais complexa

O doceanoverdeparaíso

O coração pulsante do planeta

Quinze mil árvores contudo agora estão indo pro chão.

Quinze mil vidas derrubadas só durante o tempo desta canção!...

... Amazônia...

Que nem desmatamento desmorone a

Amazônia!

E nem desmandamento deixe insone a

Amazônia!

E nem o aquecimento desfuncione a

Amazônia!

O que o índio viu, previu, falou,

Também o cientista comprovou.

Desmate aumenta, o clima seco aquece

A mata, o céu e a Terra, que estarrece.

Esse é o recado deles, lá no fundo:

Salve-se a selva ou não se salva o mundo!

Pra não torná-los um inferno, um forno,

Salve a Amazônia do ponto sem retorno!

Será que ainda tá em tempo ou o timing disso já perdemos?

Pois, evitemos pelo menos os eventos mais extremos.

Amazônia...

Quando afinal o homem dimensione a

Amazônia,

Que venha a ter valido a nossa insônia

– Amazônia –,

Enquanto nos encante e emocione a...

Amazônia!

Salve a Amazônia!

Salve-se a selva ou não se salva o mundo!


1 de nov. de 2021

Jorge Luis Borges: o Remorso (El remordimiento)

Cometi o pior dos pecados

Que um homem pode cometer. Não fui

Feliz. Que os glaciares do esquecimento

Me arrastem e me percam, desapiedados.

Meus pais me engendraram para o jogo

Arriscado e formoso da vida,

Para a terra, a água, o ar, o fogo.

Defraudei-os. Não fui feliz. Cumprida

Não foi sua jovem vontade. Minha mente

Se aplicou às simétricas porfias

Da arte, que entretece naderias.

Legaram-me coragem. Não fui valente.

Não me abandona. Sempre está a meu lado

A sombra de ter sido um desgraçado

BORGES, Jorge Luís. "La moneda de hierro". In: Obras completas II: 1975-1985. Buenos Aires, 1989.


El remordimiento

He cometido el peor de los pecados

Que un hombre puede cometer. No he sido

Feliz. Que los glaciares del olvido

Me arrastren y me pierdan, despiadados.

Mis padres me engendraron para el juego

Arriesgado y hermoso de la vida,

Para la tierra, el agua, el aire, el fuego.

Los defraudé. No fui feliz. Cumplida

No fue su joven voluntad. Mi mente

Se aplicó a las simétricas porfías

Del arte, que entreteje naderías.

Me legaron valor. No fui valiente.

No me abandona. Siempre está a mi lado

La sombra de haber sido un desdichado.





João Fasolino (1987, Rio de Janeiro)