22 de jun. de 2013

As Abelhas de Vinicius de Moraes


A abelha-mestra
E as abelhinhas
Estão todas prontinhas
Para ir para a festa
Num zune-que-zune
Lá vão pro jardim
Brincar com a cravina
Valsar com o jasmim
Da rosa pro cravo
Do cravo pra rosa
Da rosa pro favo
E de volta pra rosa








21 de jun. de 2013

Com as rosas de Juan Ramón Jimenez

Klimt
Não, esta doce tarde
não poderei ficar;
esta tarde livre
tenho que ir na aragem.

Na aragem que ri
ao abrir das árvores,
amores aos milhares,
profunda, ondulante.

Esperam-me as rosas,
banhando sua carne.
Não ponha limites;
não quero ficar-me.

20 de jun. de 2013

Goeldi

“ O que me interessava eram os aspectos estranhos do Rio suburbano, com postes de luz enterrados até a metade na areia, urubu na rua, móveis na calçada, enfim, coisas que deixariam besta, qualquer europeu recém chegado. Depois descobri os pescadores, e toda madrugada ia para o mercado ver o desembarque do peixe e desenhava sem parar.” 1957, Goeldi









19 de jun. de 2013

Wislawa Szymborska


Alguns -

ou seja nem todos.

Nem mesmo a maioria de todos, mas a minoria.

Sem contar a escola, onde é obrigatório

e os próprios poetas,

seriam talvez uns dois em mil.


Gostam -

mas também se gosta de canja de galinha,

gosta-se da galanteios e da cor azul,

gosta-se de um xale velho,

gosta-se de fazer o que se tem vontade

gosta-se de afagar um cão.


De poesia -

mas o que é isso, poesia.

Muita resposta vaga

já foi dada a essa pergunta.

Pois eu não sei e não sei e me agarro a isto

como a uma tábua de salvação

18 de jun. de 2013

Avenca, Avenca-de-Montpellier e Cabelo-de-Vênus,

... assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira. Caio Fernando Abreu.








17 de jun. de 2013

O meu olhar é nítido como um girassol de Fernando Pessoa


O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no Mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...

15 de jun. de 2013

Memória de Eduardo Coutinho


fonte: http://issuu.com/itaucultural/docs/revista_continuum_34

Sininho, Chapéu-de-cardeal, Lanterna-chinesa, Lanterninha-japonesa




Nome Científico: Abutilon megapotamicum
Família: Malvaceae
Categoria: Arbustos, Arbustos Tropicais, Cercas Vivas,Flores Perenes, Trepadeiras
Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical
Origem: América do Sul, Brasil
Altura: 1.2 a 1.8 metros, 1.8 a 2.4 metros, 2.4 a 3.0 metros
Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno
Ciclo de Vida: Perene

Aos Namorados do Brasil :: Carlos Drummond de Andrade

Dai-me, Senhor, assistência técnica para eu falar aos namorados do Brasil. Será que namorado algum escuta alguém? Adianta falar a namorados?...