Uma coisa bonita era para se dar ou para se receber, não apenas para se ter. Clarice Lispector
12 de ago. de 2013
Muito mais adentro - Tomas Tranströmer
11 de ago. de 2013
O Filho de Mil Homens de ― Valter Hugo Mãe
(...) todos nascemos filhos de mil pais e de mais mil mães, e a solidão é sobretudo a incapacidade de ver qualquer pessoa como nos pertencendo, para que nos pertença de verdade e se gere um cuidado mútuo. Como se os nossos mil pais e mais as nossas mil mães coincidissem em parte, como se fôssemos por aí irmãos, irmãos uns dos outros. Somos o resultado de tanta gente, de tanta história, tão grandes sonhos que vão passando de pessoa a pessoa, que nunca estaremos sós.
10 de ago. de 2013
9 de ago. de 2013
Codex Manesse: canções de amor medievais
Dela descende todos os bens. Tudo vem dela, que a tudo
vivifica. Ninguém a deixa se sentindo desalentado. Ela sabe o que cada um vale
e o que pode fazer por ele e como lhe agradar. Nenhum homem faz honra ou bem
que não o tenha aprendido de minha senhora, e nenhum, por mais infeliz que
esteja, deixa-a encolerizada.
fonte: TROYES, Chrétien de. Perceval ou o Romance do Graal. Tradução de Rosemary Costhek Abílio. Martins Fontes, 1992.
O Codex Manesse, nomeado assim pelo estudioso suíço Johann Jakob Bodmer, também denominado Grosse Heidelberger Iederhandschrift e Pariser Handschrift é o mais abrangente e importante manuscrito alemão da Idade Média. Foi produzido (copiado e pintado) entre 1305 e 1340 em Zurique possivelmente por Johannes Hadlaub por encargo da família Manesse. Encontra-se desde 1888 novamente na biblioteca da Universidade de Heidelberg (Heidelberg, Biblioteca da Universidade, Cod. Pal. germ. 848). Dedicado a Venceslau II, rei da Boémia, reúne canções de amor medievais, da denominada Minne em alto alemão médio. Entre os autores destes poemas encontram-se trovadores famosos como por exemplo Walther von der Vogelweide e Hartmann von Aue. As canções não levam notação.
As entradas no Codex Manesse seguem o nível social dos poetas. Começa com uma imagem do imperador Henrique VI da Germânia e do rei Conradino da Germânia, seguido por duques, condes e cavaleiros. O manuscrito está decorado com 138 miniaturas, que representam os autores e cenas da vida na côrte. A nobreza é mostrada em armadura com os seus brasões de armas heráldicos. Os autores, representados por ordem de nobreza, foram retratados em gravuras meramente ilustrativas, uma vez que o manuscrito foi recompilado mais de 100 anos depois de sua morte. Nas gravuras estão trajes e instrumentos da época, assim como cenas de batalhas e apresentações musicais.
O Codex Manesse possui 426 folhas de pergaminho e um formato de 35,5 x 25 centímetros. Foi escrito em letra gótica. Não foi copiado sucessivamente, mas foi recompilado, deixando espaços para adições.
http://digi.ub.uni-heidelberg.de/diglit/cpg848/0617/scroll?sid=754731c24c70adf79847a3f9ab4f40bf
8 de ago. de 2013
O idílio suave de Guilherme de Almeida
Watteau
Chegas. Vens tão ligeira
e és tão ansiosamente esperada, que enfim,
nem te sentindo o passo e já te tendo inteira,
completamente em mim,
quando, toda Watteau, silenciosa, apareces,
é como se não viesses.
Vens... E ficas tão perto
de mim, e tão diluída em minha solidão,
que eu me sinto sozinho e acho imenso e deserto
e vazio o salão...
E, sem te ouvir nem ver, arde-me em febre a face,
como se eu te esperasse!
Partes. Mas é tão pouco
o que de ti se vai que ainda te vejo o arfar
do seio, e o teu cabelo, e o teu vestido louco,
e a carícia do olhar,
e a tua boca em flor a dizer-me doidices,
como se não partisses!
7 de ago. de 2013
POR DELICADEZA :: SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
Mas nunca dancei
Em frente das grades
Só três passos dei
Tão breve o começo
Tão cedo negado
Dancei no avesso
Do tempo bailado
Dançarina fui
Mas nunca bailei
Deixei-me ficar
Na prisão do rei
Onde o mar aberto
E o tempo lavado?
Perdi-me tão perto
Do jardim buscado
Bailarina fui
Mas nunca bailei
Minha vida toda
Como cega errei
Minha vida atada
Nunca a desatei
Como Rimbaud disse
Também eu direi:
«Juventude ociosa
Por tudo iludida
Por delicadeza
Perdi minha vida»
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