9 de nov. de 2013

Sapucaia ou cabeça-de-macaco (Lecythis pisonis)














Lecythis pisonis, popularmente conhecida por sapucaia ou cabeça-de-macaco, é uma árvore brasileira da família das lecitidáceas. Sua semente é chamada castanha-de-sapucaia.
A palavra sapucaia tem origem tupi, ainda que existam diferenças nas propostas etimológicas: pode resultar da união dos elementos sa, puca e ia (respectivamente: olho - que se abre - cabaça) - já que ao abrir-se o opérculo do fruto (que é um pixídio) parece que se vê um olho. Significando, literalmente, "fruto que faz saltar o olho" (ïasapuka'i)

Por outro lado, há quem considere que a palavra tem origem na palavra tupi para galinha, gûyrasapukaîa (literalmente, "ave que grita" A galinha era um elemento de troca entre índios e portugueses, no início da colonização: as galinhas eram trocadas pelas sementes do fruto, as castanhas. Ou seja, as castanhas (e a árvore que as produzia) teriam passado a ser chamadas pelo nome de seu produto de troca: as galinhas (em tupi, gûyrasapukaîa ou, simplesmente, "sapucaia").

Pode atingir os cinquenta metros de altura e um metro de diâmetro, ainda que a maioria ronde os cinco a quinze metros de altura e os trinta centímetros de diâmetro.
O tronco tem fissuras profundas.
As folhas são decíduas.
Os frutos, enormes, levam cerca de dez meses a atingir a maturação (agosto ou setembro) depois da floração, que ocorre logo a seguir, em outubro. O morcego Phyllostomus hastatus (e talvez outros morcegos frugívoros) são responsáveis pelo principal processo de disseminação de sementes, sendo atraídos pelo alimento que é proporcionado numa extremidade das sementes.

Existe na floresta amazônica ocidental, principalmente ao longo do Rio Amazonas, e na Mata Atlântica pluvial, do Piauí até São Paulo. É árvore do dossel florestal ou emergente.

Além de fornecer frutos comestíveis, é cultivada como planta ornamental na Região Sudeste do Brasil.Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ínfimos infinitos de Mia Couto

Jamie Johnson 

Porque a Vida é feita contra o Tempo. Sem medida, tecida de ínfimos infinitos.

in: A confissão da leoa. Companhia das Letras, 2012.


8 de nov. de 2013

Canto esponjoso de Carlos Drummond de Andrade

Richard Pousette-Dart
Bela
esta manhã sem carência de mito,
E mel sorvido sem blasfêmia.

Bela 
esta manhã ou outra possível, 
esta vida ou outra invenção, 
sem, na sombra, fantasmas. 

Umidade de areia adere ao pé. 
Engulo o mar, que me engole. 
Valvas, curvos pensamentos, matizes da luz 
azul 
completa 
sobre formas constituídas. 

Bela 
a passagem do corpo, sua fusão 
no corpo geral do mundo. 
Vontade de cantar. Mas tão absoluta 
que me calo, repleto.

7 de nov. de 2013

A CASA ARRENDADA de JOAQUIM PESSOA


Põe rendas na casa
da casa de renda
com ternuras de asa,
perfumes de lenda.

Põe lendas antigas
em jarras modernas.
Sua boca abriga
palavras eternas.

Põe fios de lume
de leve no peito.
Lençóis de ciúme
aquecem-lhe o leito.

Esquecem-lhe os medos
mas lembram-lhe as mágoas.
Medeiam segredos
em serenas águas.

Quando o pensamento
lhe abre as janelas
as éguas do vento
entram-lhe por elas,

por alas de rosas
de rendas cuidadas
como mariposas
azuis, delicadas.

Delícias, delírios
de linho, esvoaçam.
São lentos martírios
que as mãos entrelaçam.

Se o dia é um lago,
um mês ou um ano,
por dentro é afago,
por fora é engano.

E fiam sentadas
filhas de princesa,
bordam almofadas,
toalhas de mesa.

À noite no leito
tem corpo de abraços
e a rosa do peito
desfaz-se em pedaços.

Mas nada lhe importa
e, com mãos de Fada,
põe trancas na porta

da casa arrendada.

6 de nov. de 2013

Apoderava-se das minhas palavras :: Fernando Esteves Pinto


Apoderava-se das minhas palavras 
como se fossem uma toalha do seu rosto
alguns utensílios reservados para a sua vida. 
Eu escrevia casa e a casa teria de ser a defesa do nosso amor. 
Eu escrevia cama e a cama transformava-se num jogo de silêncio.
Vivia por trás da minha escrita 
como se preenchesse a alma de tudo o que não entendia.
Queria que eu mobilasse a vida só com palavras 
breves imagens que fossem o retrato do meu pensamento. 
Eu proporcionava-lhe a felicidade como um enigma
em cada palavra um sentimento formalmente virtual
depois abandonava-a com a ilusão do espaço decorativo.
.
In:  Área Afectada.  Temas Originais, 2010

Margarida-do-cabo – Osteospermum ecklonis







  • Nome Científico: Osteospermum ecklonis
  • Família: Asteraceae
  • Categoria: Flores Perenes
  • Clima: Mediterrâneo, Oceânico, Subtropical,Temperado, Tropical
  • Origem: África, África do Sul
  • Altura: 0.6 a 0.9 metros
  • Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno
  • Ciclo de Vida: Perene
  • A margarida-do-cabo é uma herbácea muito florífera e bela. Sua folhagem é entouceirada, podendo ser ereta ou prostrada. As folhas são verde escuras, denteadas, um pouco suculentas e com a nervura central saliente. Os capítulos florais são grandes, solitários ou em grupos de dois ou três. As flores do centro são numerosas e pequenas e de coloração roxa a azulada. A corola expandida das flores externas pode ser de cor branca, rosada, arroxeada, com o verso de tonalidade mais escura, dependendo da variedade. Em resumo, podemos descrever que as cores desta margarida, formam um degradeé interessante do centro para as bordas.

  • Pode ser plantada isolada, em bordaduras ou em maciços; assim como em vasos. É bastante atrativa para borboletas, seu principal polinizador. Deve ser cultivada a pleno sol, embora tolere uma sombra parcial durante o dia. O solo deve ser bastante fértil para uma floração abundante, enriquecido com matéria orgânica e regas regulares.

  • As margaridas-do-cabo multiplicam-se por sementes que muitas vezes germinam expontaneamente próximo à planta mãe, assim como por divisão das touceiras. Elas são tolerantes às geadas e secas e suscetíveis ao encharcamento por longos períodos. Apesar de perene, os canteiros devem ser reformados bienalmente através da poda ou com o plantio de novas plantas.
  • fonte: jardineiro.net

5 de nov. de 2013

Flor da cerejeira, cerejeira, ĉerizo, cerasium, cerise, ciliegia, cherry, cereza, gereziondoak,


























Código :: MIREN AGUR MEABE (Leikeitio, País Basco, em 1962)

Ejor

Proclamo um código alternativo:
alheio às palavras,
uma linguagem sem frases,
uma língua que não possa ser condenada à memória,
uma prosa para enganar promessas,
um dialecto mudo sem
listas de preços ou formas de denúncia,
uma fonte gratuita de significados ambíguos,
um modo de expressar tudo quanto não pode ser expresso.

4 de nov. de 2013

O amor e seu milhão de significados de Guimarães Rosa



“Só o amor em linhas gerais infunde simpatia e sentido à história, sobre cujo fim vogam inexatidões, convindo se componham; o amor e seu milhão de significados. [...] Ele queria conversar com uma mulher [...] queria entender o avesso do passado entre ambos, estudadamente, metia-se nessa música, imagem rendada; o que a música diz é a impossibilidade de haver mundo, coisas. ― Inútil… a lucidez ― está-se sempre no caso da tartaruga e Aquiles. [...] Estava sem óculos; não refabulava. Era o homem ― o ser ridente e ridículo ― sendo o absurdo o espelho em que a imagem da gente se destrói. [...] De dia, de fato, tiveram de romper a porta, havido alvoroço. Na cama jazendo imorais os corpos, os dois, à luz fechada naquele quarto. A morte é uma louca? ― ou o fim de uma fórmula. Mas todos morrem audazmente ― e é então que começa a não-história.”
ROSA, João Guimarães. Palhaço da boca verde. In: Tutaméia: terceiras estórias. 8. Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p.169-173.

Dominique Fortin (Montréal, Canadá 1974 )



















Aos Namorados do Brasil :: Carlos Drummond de Andrade

Dai-me, Senhor, assistência técnica para eu falar aos namorados do Brasil. Será que namorado algum escuta alguém? Adianta falar a namorados?...