14 de abr. de 2007

O ASSASSINO ERA O ESCRIBA :: Paulo Leminsky

Meu professor de análise sintática era o tipo do

sujeito inexistente.

Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida,

regular como um paradigma da 1ª conjugação.

Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,

ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito

assindético de nos torturar com um aposto.

Casou com uma regência.

Foi infeliz.

Era possessivo como um pronome.

E ela era bitransitiva.

Tentou ir para os EUA.

Não deu.

Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.

A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,

conetivos e agentes da passiva, o tempo todo.

Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.
                                                             

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