O DESCANSO DO GUERREIRO
os mortos estão a cada dia mais indóceis.
antes era fácil com eles:
dávamos-lhes um colarinho duro uma flor
louvávamos seus nomes numa longa lista:
que os recintos da pátria
que as sombras notáveis
que o mármore monstruoso.
o cadáver assinava em nome da memória:
voltava a se alinhar
e marchava ao compasso da nossa velha música.
mas que nada
os mortos
são outros desde então.
hoje tornam-se irônicos
perguntam.
parece-me que se dão conta
de ser cada vez mais a maioria.
dia após dia.
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