31 de mar. de 2014

Javier Jaén Benavides (Barcelona, 1983)




































A cotidianidade dá uma ilusão de perenidade :: Julián Marías,

Klimt 

A imaginação nunca se detém no hoje; a projeção é inevitável; o homem projeta e projeta e projeta, indefinidamente, e vai traçando trajetórias. A cotidianidade em nenhum caso é indefinida: mudam as coisas que compõem a circunstância, passam as idades, produz-se o envelhecimento, ao final encontra-se a morte, própria e alheia. Ao despertar, sobretudo se se faz à felicidade, se imagina e projeta, mas se percebe que não é possível continuar indefinidamente. A cotidianidade, e isso é fundamental, finge uma ilusão de eternidade: se o homem faz todos os dias as mesmas coisas, tem a impressão de que o poderá fazer sempre; não é verdade, e o sabe, mas a cotidianidade dá uma ilusão de perenidade, sem a qual a vida seria angustiante.
Fonte: A Felicidade Humana. Duas Cidades, pg. 361)

Uma imagem de prazer :: Clarice Lispector

     Conheço em mim uma imagem muito boa, e cada vez que eu quero eu a tenho, e cada vez que ela vem ela aparece toda. É a visão de uma flor...