Eugene de Blaas
Você sabe, desde a minha infância estive sentada assim a
esperar, sempre fui dócil, porque esperava você.
Sei que todas as mulheres aguardam.
Aguardam a vida futura, todas essas imagens forjadas na
solidão, todo esse bosque que caminha na direção delas;
toda essa imensa promessa que é o homem; uma romã que de
repente se abre e mostra seus grãos vermelhos, brilhantes;
uma romã como uma boca generosa de mil gomos.
Mais tarde, essas horas vividas na imaginação, feito horas
reais, terão que receber peso e tamanho e aspereza.
Estamos todos - oh meu amor - tão cheios de retratos
interiores, tão cheio de paisagens não vividas.
Sabes, desde mi
infancia me he sentado así a esperar, siempre fui dócil, porque te esperaba. Sé
que todas las mujeres aguardan. Aguardan la vida futura, todas esas imágenes
forjadas en la soledad, todo ese bosque que camina hacia ellas; toda esa
inmensa promesa que es el hombre; una granada que de pronto se abre y muestra
sus granos rojos, lustrosos; una granada como una boca pulposa de mil gajos.
Más tarde esas horas vividas en la imaginación, hechas horas reales, tendrán
que cobrar peso y tamaño y crudeza. Todos estamos - oh mi amor- tan llenos de
retratos interiores, tan llenos de paisajes no vividos.
In: Poniatowska, Elena. De noche vienes. Biblioteca Era. México, 1996.
In: Poniatowska, Elena. De noche vienes. Biblioteca Era. México, 1996.