Mostrando postagens com marcador Boris Vian. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Boris Vian. Mostrar todas as postagens

26 de mar. de 2014

DE TANTO SE VEREM :: BORIS VIAN (1920-1959)

Matisse 

De tanto se verem
Há palavras que vos poriam doentes
Palavras conhecidas mas muito perigosas de manejar
A não ser que sejam rodeadas de música
Também há quem meta açúcar nas amêndoas amargas
Palavras como areia, erva
Como sol, como deitados lado a lado
Como pele dourada, como cabelos louros
Como dentes brilhantes e lábios salgados
E depois outras palavras, ainda mais perigosas
«Ninguém à vista, podemos seguir»
E as mais perigosas de todas:
«É ainda melhor à quinta vez.»
Felizmente, que há carradas de aeronaves
A fabricarem fenomenologia a granel
E a meterem-vos bombas atómicas de atravesso pela goela...
Peço desculpa… o sopro da inspiração...
Não é todos os dias que a musa nos visita.

tradução de Margarida Vale de Gato 

Uma imagem de prazer :: Clarice Lispector

     Conheço em mim uma imagem muito boa, e cada vez que eu quero eu a tenho, e cada vez que ela vem ela aparece toda. É a visão de uma flor...