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21 de dez. de 2015

Raposa do deserto, Feneco












Feneco vem do árabe "fanak" palavra para raposa, e zerda vem de "xeros", palavra grega que significa
seco, descrevendo o habitat do Feneco . O feneco é um animal de pequenas dimensões, apesar de ter orelhas de cerca de 15 cm, para perder facilmente calor. O feneco é o menor dos canídeos extantes. O peso máximo que chega a atingir 1,5 kg. Chega a medir 20 cm de altura e 40 de comprimento. A cauda pode medir até 15 cm e o seu pelo tem cor de areia para ajudá-lo a se esconder no deserto. Outra utilidade de seu pelo é ajudar o feneco a refletir os raios de sol durante o dia e conservar o calor durante a noite. Além disto, os dedos das patas são protegidos do calor da areia por uma camada de pelos.

Sua dieta é baseada em insetos (por exemplo, gafanhotos), lagartos, pequenas aves e ovos, além de algumas plantas, sua única fonte de água vem dos alimentos e ela pode passar longos períodos sem ingerir nenhum líquido. A comida no deserto é rara e, por isso, quase todas as formas de vida do deserto servem de alimento para o feneco, salvo quando se trata de um animal mais forte que ele. O feneco é, atualmente, também um animal de estimação. Em alguns países, é permitida a sua criação em cativeiro.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

3 de jun. de 2015

Estrada : Rui Knopfli

Renoir 
Súbito apercebo-me:
Segue a viagem dos anos.
Passou o tempo das amoras
e das laranjas furtadas,
a flor da chuva de ouro
para sugar o gostinho a açúcar.

Sonho com uma comprida paisagem de cedros
que nunca vi.
Apetece-me deixar o corpo adormecido
junto ao rádio
e ir passear pelos galhos das árvores
e sobre os fios telefónicos.

Nada feito,
pesada de agruras e desertos
segue a viagem dos anos.

9 de jan. de 2014

Jorge de Lima, "Não procureis nexo naquilo ..."

Não procureis nexo naquilo
que os poetas pronunciam acordados,
pois eles vivem no âmbito intranquilo
em que se agitam seres ignorados.

No meio de desertos habitados
só eles é que entendem o sigilo 
dos que no mundo vivem sem asilo 
parecendo com eles renegados. 

Eles possuem, porém, milhões de antenas
distribuídas por todos os seus poros 
aonde aportam do mundo suas penas. 

São os que gritam quando tudo se cala,
são os que vibram de si estranhos coros 
para a fala de deus que é sua fala.

9 de dez. de 2012

Espelho de Clarice Lispector nascida Haia Pinkhasovna Lispector (Tchetchelnik, Ucrânia em 10 de dezembro de 1920 — Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1977)

foto:  Stanislav Odyagailo
Espelho? Esse vazio cristalizado que tem dentro de si espaço para se ir em frente sem parar: pois espelho é o espaço mais fundo que existe. E é coisa mágica: quem tem um pedaço quebrado já poderia ir com ele meditar no deserto. Ver-se a si mesmo é extraordinário. Como um gato de dorso arrepiado, arrepio-me diante de mim. Do deserto também voltaria vazio, iluminado e translúcido, e com o mesmo silêncio vibrante de um espelho. A sua forma não importa: nenhuma forma consegue circunscrevê-lo e alterá-lo. Espelho é luz. Um pedaço mínimo de espelho é sempre o espelho todo. Tire-se sua moldura ou a linha de seu cortado, e ele cresce assim como água se derrama.
O que é um espelho? É o único material inventado que é natural. Quem olha um espelho, quem consegue vê-lo vem se ver, quem entende que a sua profundidade consiste em ele ser vazio, quem caminha para dentro de seu espaço transparente sem deixar nele o vestígio da própria imagem - esse alguém percebeu o seu mistério de coisa. Para isso há de se surpreendê-lo quando está sozinho, quando pendurado num quarto vazio, sem esquecer que a mais tênue agulha diante dele poderia transformá-lo em simples imagem de uma agulha, tão sensível é o espelho na sua qualidade de reflexão levíssima, só imagem e não o corpo. Corpo da coisa.
Ao pintá-lo precisei da minha própria delicadeza para não atravessá-lo com minha imagem, pois espelho em que eu me veja já sou eu, só espelho vazio é que é o espelho vivo. Só uma pessoa muito delicada pode entrar no quarto vazio onde há um espelho vazio, e com tal leveza, tal ausência de si mesmo, que a imagem não marca. Como prêmio essa pessoa delicada terá então penetrado num dos segredos invioláveis das coisas: viu o espelho propriamente dito.
In: Água viva

Uma imagem de prazer :: Clarice Lispector

     Conheço em mim uma imagem muito boa, e cada vez que eu quero eu a tenho, e cada vez que ela vem ela aparece toda. É a visão de uma flor...