fonte: http://www.livrariadavila.com.br/VilaCultural/VilaCultural_141.pdf
Uma coisa bonita era para se dar ou para se receber, não apenas para se ter. Clarice Lispector
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30 de dez. de 2015
14 de dez. de 2015
Começos :: Silvana Conterno
Elliott Erwitt, 1977
Amo os começos
as manhãs
e os passarinhos
os moços no ônibus
com suas mochilas de sonhos
gente descarregando verduras
mercado fervilhando
moças arrumando o batom
portas das lojas se abrindo
as crianças que todo dia encontro
com flores maceradas no calor das mãos
beijos, abraços e uns dizendo
hoje vou ficar bonzinho professora!
começos são sempre esperanças!
18 de set. de 2015
Para Ver as Meninas :: Composição de Paulinho da Viola
Maurice Prendergast
Silêncio por favor
Enquanto esqueço um pouco
a dor no peito
Não diga nada
sobre meus defeitos
Eu não me lembro mais
quem me deixou assim
Hoje eu quero apenas
Uma pausa de mil compassos
Para ver as meninas
E nada mais nos braços
Só este amor
assim descontraído
Quem sabe de tudo não fale
Quem não sabe nada se cale
Se for preciso eu repito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito
24 de nov. de 2014
Bairro Alto :: Alice Sant'Anna
J. B. Durão
bairro alto
era muito cedo na praça
do comércio: descemos
do bairro alto, o céu
de um azul que não se pinta
todo costurado com a linha
dos comboios, os trilhos dançando
debaixo dos sapatos. nossos olhos
sonolentos como pequenos
pássaros descobriam cafés, uma loja de chá
moças bonitas que cruzam a cidade
de ponta a ponta e não se espantam
com o azul de lisboa, o perfume das ruas
a distância de casa
15 de set. de 2012
27 de abr. de 2012
Canção Para Álbum de Moça Carlos Drummond de Andrade
Bom dia: eu dizia à moça
que de longe me sorria.
Bom dia: mas da distância
ela nem me respondia.
Em vão a fala dos olhos
e dos braços repetia
bom-dia a moça que estava
de noite como de dia
bem longe de meu poder
e de meu pobre bom-dia.
Bom-dia sempre: se acaso
a resposta vier fria ou tarde vier,
contudo esperarei o bom-dia.
E sobre casas compactas
sobre o vale e a serrania
irei repetindo manso
a qualquer hora: bom dia.
Nem a moça põe reparo
não sente, não desconfia
o que há de carinho preso
no cerne deste bom-dia.
Bom dia: repito à tarde
à meia-noite: bom dia.
E de madrugada vou
pintando a cor de meu dia
que a moça possa encontrá-lo
azul e rosa: bom dia.
Bom dia: apenas um eco na mata
(mas quem diria)
decifra minha mensagem,
deseja bom o meu dia.
A moça, sorrindo ao longe
não sente, nessa alegria,
o que há de rude também
no clarão deste bom-dia.
De triste, túrbido, inquieto,
noite que se denuncia
e vai errante, sem fogos,
na mais louca nostalgia.
Ah, se um dia respondesses
Ao meu bom-dia: bom dia!
Como a noite se mudara
no mais cristalino dia!
20 de mar. de 2012
As palavras mais preciosas de Chico Buarque
"A horas mortas, eu corria os olhos pela minha prateleira repleta de livros gêmeos, escolhia um a esmo e o abria a bel-prazer. Então anotava num moleskine as palavras mais preciosas, a fim de esmerar o vocabulário com que eu embasbacaria as moças e esmagaria meus rivais."
Chico Buarque no prefácio do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa: Ideias Afins/Thesaurus de Francisco Ferreira Dos Santos Azevedo. LEXIKON, 2010.
12 de fev. de 2007
Quando mocinhas :: Lygia Fagundes Telles (São Paulo, 19 de Abril de 1923)
fonte: A disciplina do amor
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