Põe
rendas na casa
da
casa de renda
com
ternuras de asa,
perfumes
de lenda.
Põe
lendas antigas
em
jarras modernas.
Sua
boca abriga
palavras
eternas.
Põe
fios de lume
de
leve no peito.
Lençóis
de ciúme
aquecem-lhe
o leito.
Esquecem-lhe
os medos
mas
lembram-lhe as mágoas.
Medeiam
segredos
em
serenas águas.
Quando
o pensamento
lhe
abre as janelas
as
éguas do vento
entram-lhe
por elas,
por
alas de rosas
de
rendas cuidadas
como
mariposas
azuis,
delicadas.
Delícias,
delírios
de
linho, esvoaçam.
São
lentos martírios
que
as mãos entrelaçam.
Se
o dia é um lago,
um
mês ou um ano,
por
dentro é afago,
por
fora é engano.
E
fiam sentadas
filhas
de princesa,
bordam
almofadas,
toalhas
de mesa.
À
noite no leito
tem
corpo de abraços
e
a rosa do peito
desfaz-se
em pedaços.
Mas
nada lhe importa
e,
com mãos de Fada,
põe
trancas na porta
da
casa arrendada.