21 de nov. de 2013

Elena Poniatowska, Prêmio Cervantes 2013

Eugene de Blaas

Você sabe, desde a minha infância estive sentada assim a esperar, sempre fui dócil, porque esperava você.
Sei que todas as mulheres aguardam.
Aguardam a vida futura, todas essas imagens forjadas na solidão, todo esse bosque que caminha na direção delas;
toda essa imensa promessa que é o homem; uma romã que de repente se abre e mostra seus grãos vermelhos, brilhantes;
uma romã como uma boca generosa de mil gomos.
Mais tarde, essas horas vividas na imaginação, feito horas reais, terão que receber peso e tamanho e aspereza.
Estamos todos - oh meu amor - tão cheios de retratos interiores, tão cheio de paisagens não vividas.




Sabes, desde mi infancia me he sentado así a esperar, siempre fui dócil, porque te esperaba. Sé que todas las mujeres aguardan. Aguardan la vida futura, todas esas imágenes forjadas en la soledad, todo ese bosque que camina hacia ellas; toda esa inmensa promesa que es el hombre; una granada que de pronto se abre y muestra sus granos rojos, lustrosos; una granada como una boca pulposa de mil gajos. Más tarde esas horas vividas en la imaginación, hechas horas reales, tendrán que cobrar peso y tamaño y crudeza. Todos estamos - oh mi amor- tan llenos de retratos interiores, tan llenos de paisajes no vividos.
 In: PoniatowskaElena. De noche vienes. Biblioteca Era. México, 1996.

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