30 de ago. de 2022

Coleus (Plectranthus)

 

























Coleus é presentemente considerado um sinónimo taxonómico de Plectranthus.

O termo "coleus" (ou "cóleus") é frequentemente utilizado como um nome comum para algumas das espécies anteriormente integradas no extinto género Coleus que são cultivadas e comercializadas como plantas ornamentais.

A lista que se segue apresenta a equivalência entre os nomes científicos tradicionalmente utilizados e a corrente estruturação do género Plectranthus:

Coleus blumei = Coleus scutellarioides = Plectranthus scutellarioides = Solenostemon scutellarioides

Coleus amboinicus = Plectranthus amboinicus

Coleus barbatus = Plectranthus barbatus

Coleus caninus = Plectranthus caninus

Coleus edulis = Plectranthus edulis

Coleus esculentus = Plectranthus esculentus

Coleus forskohlii = Plectranthus barbatus

Coleus rotundifolius = Plectranthus rotundifolius

29 de ago. de 2022

Combate :: CLEMENTINA SUÁREZ (Honduras 1906-1991)

Eu sou um poeta,

um exército de poetas.

E hoje quero escrever um poema,

um poema de apitos

um poema fuzis.

Para pregá-los nas portas,

nas selas das prisões

nos muros das escolas.

Hoje quero construir e destruir,

erigir andaimes de esperança.

Despertar a criança

arcanjo das espadas,

ser relâmpago, trovão,

com estatura de herói

para abater, arrasar,

as podres raízes de minha cidade.

............

Yo soy un poeta,
un ejército de poetas.
Y hoy quiero escribir un poema,
un poema de silbatos
un poema fusiles.
Para pegarlos en las puertas,
en la celda de las prisiones
en los muros de las escuelas.
Hoy quiero construir y destruir,
levantar en andamios la esperanza.
Despertar al niño
arcángel de las espadas,
ser relámpago, trueno,
con estatura de héroe
para talar, arrasar,
las podridas raíces de mi pueblo

16 de ago. de 2022

Amigos


Depois da perda da saúde, a face mais dura do envelhecimento é conviver com o desaparecimento dos personagens que construíram nossa história. Não importa quantos amigos íntimos tenhamos, cada um deles é insubstituível, os que ficam não preenchem o vazio deixado pelo que se ausentou. Alguém já comparou essa situação à de uma floresta em que cada árvore que desaba abre uma clareira. Você poderá dizer que nela nascerão outras. É verdade, mas levarão tempo para crescer; até se tornarem frondosas e acolhedoras, talvez não estejamos mais aqui. DRAUZIO VARELLA
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1308201132.htm

14 de ago. de 2022

As Mortes Sucessivas :: Adélia Prado

Quando minha irmã morreu eu chorei muito
e me consolei depressa. Tinha um vestido novo
e moitas no quintal onde eu ia existir.
Quando minha mãe morreu
Me consolei mais lento.
Tinha uma perturbação recém-achada:
meus seios conformavam dois montículos
e eu fiquei muito nua,
cruzando os braços sobre eles é que eu chorava.
Quando meu pai morreu
Nunca mais me consolei.
Busquei retratos antigos, procurei conhecidos,
parentes, que me lembrassem sua fala,
seu modo de apertar os lábios e ter certeza.
Reproduzi o encolhido do seu corpo
em seu último sono e repeti as palavras
que ele disse quando toquei seus pés:
´deixa, tá bom assim´.
Quem me consolará desta lembrança?
Meus seios se cumpriram
e as moitas onde existo
são pura sarça ardente de memória.

8 de ago. de 2022

Borboletas:: Manoel de Barros




MAX ERNST GERMAN, 1891-1976

Borboletas me convidaram a elas.
O privilégio insetal de ser uma borboleta me atraiu. Por certo eu iria ter uma visão diferente dos homens e das coisas. Eu imaginava que o mundo visto de uma borboleta seria, com certeza, um mundo livre aos poemas. Daquele ponto de vista: Vi que as árvores são mais competentes em auroras do que os homens. Vi que as tardes são mais aproveitadas pelas garças do que pelos homens. Vi que as águas têm mais qualidade para a paz do que os homens. Vi que as andorinhas sabem mais das chuvas do que os cientistas. Poderia narrar muitas coisas ainda que pude ver do ponto de vista de uma borboleta. Ali até o meu fascínio era azul.

1 de ago. de 2022

A curva dos teus olhos : Paul Eluard

A curva dos teus olhos dá a volta ao meu peito 

É uma dança de roda e de doçura. 

Berço noturno e auréola do tempo, 

Se já não sei tudo o que vivi 

É que os teus olhos não me viram sempre. 


Folhas do dia e musgos do orvalho, 

Hastes de brisas, sorrisos de perfume, 

Asas de luz cobrindo o mundo inteiro, 

Barcos de céu e barcos do mar, 

Caçadores dos sons e nascentes das cores. 


Perfume esparso de um manancial de auroras  

Abandonado sobre a palha dos astros, 

Como o dia depende da inocência 

O mundo inteiro depende dos teus olhos 

E todo o meu sangue corre no teu olhar.


Capitale de la douleur. 1926

KAVÁFIS, Konstantinos :: Longe


Mahdi Zavvar

Quisera referir essa lembrança...

Mas já se apagou tanto... visto que nada se mantém --

pois longe, nos primeiros anos de minha adolescência, ela jaz.


Uma pele como feita de jasmim...

Aquela noite de agosto -- era agosto? -- aquela noite...

Mal me lembro agora dos olhos -- eram, creio, azuis...

Ah! sim, azuis: um azul de safira.

..........................

Μακρυά

Θάθελα αυτήν την μνήμη να την πω...

Μα έτσι εσβύσθη πια... σαν τίποτε δεν απομένει —

γιατί μακρυά, στα πρώτα εφηβικά μου χρόνια κείται.


Δέρμα σαν καμωμένο από ιασεμί...

Εκείνη του Aυγούστου — Aύγουστος ήταν; — η βραδυά...

Μόλις θυμούμαι πια τα μάτια• ήσαν, θαρρώ, μαβιά...

A ναι, μαβιά• ένα σαπφείρινο μαβί.


Poemas de K. Kaváfis. Tradução, estudo e notas de Ísis Borges da Fonseca. São Paulo: Odysseus, 2006.