Daniel Formigo
a minha fonte secou
eu só quero um copo d'água
não há um pingo de orvalho
vida poeira esta vida
não há flores no jardim
minhas palavras murcharam-se
o riso se evaporou
ficou tão crespa minh'alma
plantara tanta ilusão
os meus sonhos desfolharam
já chorei todas as lágrimas
coitados – meus olhos ardem
reclamo um pouco de tudo
e só me resta a mortalha
embrulhada no cantinho
da prateleira do nada
* líria porto