4 de abr. de 2012

Philippe Halsman, fotógrafo

 Audrey Hepburn, 1955

Brigitte Bardot, 1951

 Grace Kelly, 1959


 Janet Leigh, 1951

 Lena Horne, 1954

 Marilyn Monroe and Philippe Halsman, 1954

                                                                                          Sophia Loren, 1959


                                                                                                 Edward Villela, 1961

Philippe Halsman nasceu na Letonia em 1906, e começou sua carreira fotográfica em Paris no início dos anos 30. Emigrou para Nova York, no outono de 1940. Logo se tornou um dos fotógrafos mais importantes da América. Morreu em 1979.

Da nossa semelhança com os deuses - Fernando Pessoa ( Ricardo Reis )

Por nosso bem tiremos
Julgarmo-nos deidades exiladas
E possuindo a Vida
Por uma autoridade primitiva
E coeva de Jove.
Altivamente donos de nós-mesmos,
Usemos a existência
Como a vila que os deuses nos concedem
Para esquecer o Estio.
Não de outra forma mais apoquentada
Nos vale o esforço usarmos
A existência indecisa e afluente
Fatal do rio escuro.
Como acima dos deuses o Destino
É calmo e inexorável,
Acima de nós-mesmos construamos
Um fado voluntário

Que quando nos oprima nós sejamos
Esse que nos oprime,
E quando entremos pela noite dentro
Por nosso pé entremos.
30-7-1914
Odes de Ricardo Reis . Fernando Pessoa. (Notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (imp.1994).  - 40.

Bela-emília, plumbago, jasmim-azul, dentilária





Nome Científico: Plumbago auriculata
Sinonímia: Plumbago capensis
Nome Popular: Bela-emília, plumbago, jasmim-azul, dentilária
Família: Plumbaginaceae
Divisão: Angiospermae
Origem: África do Sul
Ciclo de Vida: Perene

Planta muito versátil e rústica, a bela-emília é largamente utilizada no paisagismo. Arbustiva e muito ramificada presta-se para cercas-vivas e pode ser tutorada como trepadeira. Suas flores são delicadas em forma de pequenos buquês. É mais comum encontrarmos espécimes de flores azuladas embora exista uma variedade de flores brancas.
Deve ser cultivada sempre a pleno sol; isolada, em conjuntos ou como cerca-viva. Não é muito exigente em fertilidade e pode-se renovar a folhagem e estimular a floração com podas regulares. Multiplica-se por estacas, mergulhia e sementes e é tolerante ao frio.
fonte: http://www.jardineiro.net

3 de abr. de 2012

Olinda de Carlos Pena Filho (1929/1960)

Lucy Passos
De limpeza e claridade
é a paisagem defronte. 
Tão limpa que se dissolve 
A linha do horizonte. 

As paisagens muito claras 
Não são paisagens, são lentes. 
São íris, sol, aguaverde 
Ou claridade somente. 

Olinda é só para os olhos, 
Não se apalpa, é só desejo. 
Ninguém diz: é lá que eu moro 
Diz somente: é lá que eu vejo.

2 de abr. de 2012

Vivian Maier, fotógrafa









Vivian Maier, nascida dia 1 de Fevereiro de 1926 em Nova Iorque e falecida dia 21 de abril de 2009 com 83 anos. Apesar de americana ela cresceu na França, cujo local exato ainda é desconhecido. O que mais chamou a atenção da mídia é que ela foi babá durante 40 anos. Trabalhou também para um casal de Chicago, durante 14 anos.  

Estás só. Ninguém o sabe. Cala e finge. Fernando Pessoa

Mas finge sem fingimento.
Nada esperes que em ti já não exista,
Cada um consigo é triste.
Tens sol se há sol, ramos se ramos buscas,
Sorte se a sorte é dada.
6-4-1933
Odes de Ricardo Reis . Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1946 (imp.1994).  - 152.

Azaléia






1 de abr. de 2012

Valsa brasileira de Edu Lobo e Chico Buarque


Vivia a te buscar
Porque pensando em ti
Corria contra o tempo
Eu descartava os dias
Em que não te vi
Como de um filme
A ação que não valeu
Rodava as horas pra trás
Roubava um pouquinho
E ajeitava o meu caminho
Pra encostar no teu

Subia na montanha
Não como anda um corpo
Mas um sentimento
Eu surpreendia o sol
Antes do sol raiar
Saltava as noites
Sem me refazer
E pela porta de trás
Da casa vazia
Eu ingressaria
E te veria
Confusa por me ver
Chegando assim
Mil dias antes de te conhecer
http://letras.terra.com.br/chico-buarque/45185/

Orquídea-amor-perfeito, Miltoniopsis






31 de mar. de 2012

Aguardo, equânime, o que não conheço — Fernando Pessoa


Aguardo, equânime, o que não conheço —
Meu futuro e o de tudo.
No fim tudo será silêncio, salvo
Onde o mar banhar nada.

Odes de Ricardo Reis . Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1946 (imp.1994). - 156.

30 de mar. de 2012

Duy Huynh, pintor vietnamita






São Francisco de Vinícius de Moraes e Paulo Soledade



Afresco na Basilica Superior de São Francisco em Assis, de Giotto.

Lá vai São Francisco
Pelo caminho
De pé descalço
Tão pobrezinho
Dormindo à noite
Junto ao moinho
Bebendo a água
Do ribeirinho.

Lá vai São Francisco
De pé no chão
Levando nada 
No seu surrão
Dizendo ao vento
Bom-dia, amigo
Dizendo ao fogo
Saúde, irmão.

Lá vai São Francisco
Pelo caminho
Levando ao colo
Jesuscristinho
Fazendo festa
No menininho
Contando histórias
Pros passarinhos.


29 de mar. de 2012

Beleza


Hipótese



A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. 
A gente nasce, isto é, começa a piscar. [...] 
a vida das gentes deste mundo, senhor sabugo, é isso.
Um rosário de piscadas. 
Cada pisco é um dia. 
Pisca e mama;  pisca e anda;  pisca e brinca; pisca e estuda; pisca e ama; pisca e cria filhos;  pisca e geme os reumatismos;
por fim pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre? - pergunta o Visconde.
- Depois que morre? Vira hipótese!
  É ou não é?
Emília, Monteiro Lobato 

28 de mar. de 2012

A arte é um esquivar-se a agir, ou a viver de Fernando Pessoa


A arte é um esquivar-se a agir, ou a viver. A arte é a expressão intelectual da emoção, distinta da vida, que é a expressão volitiva da emoção. O que não temos, ou não ousamos, ou não conseguimos, podemos possuí-lo em sonho, e é com esse sonho que fazemos arte. Outras vezes a emoção é a tal ponto forte que, embora reduzida a acção, a acção, a que se reduziu, não a satisfaz; com a emoção que sobra, que ficou inexpressa na vida, se forma a obra de arte. Assim, há dois tipos de artista: o que exprime o que não tem e o que exprime o que sobrou do que teve.
fonte: Livro do Desassossego. Vol.II. Fernando Pessoa. (Organização e fixação de inéditos de Teresa Sobral Cunha.) Lisboa: Presença, 1990. - 500.

Não basta abrir a janela de Fernando Pessoa / Alberto Caieiro



Não basta abrir a janela

Para ver os campos e o rio.

Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

“Poemas Inconjuntos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993). - 75. 

26 de mar. de 2012

La jardinera de Violeta Parra




(...)
Para mi tristeza, violeta azul,
clavelina roja pa’ mi pasión,
y, para saber si me corresponde,
deshojo un blanco manzanillón:
si me quiere –mucho, poquito, nada–,
tranquilo queda mi corazón.

Creciendo irán poco a poco
los alegres pensamientos.
Cuando ya estén florecidos,
irá lejos tu recuerdo.

De la flor de la amapola
seré su mejor amiga.
La pondré bajo la almohada
para dormirme tranquila.

Cogollo de toronjil*,
cuando me aumenten las penas,
las flores de mi jardín
han de ser mis enfermeras.

Y si acaso yo me ausento
antes que tú te arrepientas,
heredarás estas flores:
¡ven a curarte con ellas!


cogollo de toronjil - broto de erva-cidreira 
http://www.youtube.com/watch?v=7-8W_NbhzjI

Uma imagem de prazer :: Clarice Lispector

     Conheço em mim uma imagem muito boa, e cada vez que eu quero eu a tenho, e cada vez que ela vem ela aparece toda. É a visão de uma flor...