23 de jul. de 2013

Physalis, erva-noiva, cerejas-de-judeu, balão, tomate-lagartixa, tomate-barrela.









A Physalis tem muitos nomes comuns por toda a lusofonia, sendo os mais conhecidos Frutinha do Barkemeyer, físalis, fisalis, fisales, camapu, camaru, bucho-de-rã, joá-de-capote, juá-de-capote, juá-roca, juá-poca, mata-fome, canapum, camapum, bate-testa, alquenquenje, erva-noiva, cerejas-de-judeu, balão, tomate-lagartixa, tomate-barrela, tomate-capucho e capucho.
Em Portugal também é conhecido por alquequenge 2 e nos Açores também é conhecido por capucha 3 . Na Colômbia é conhecida como uchuva, no Equador como uvilla e no Japão como hosuki.
Physalis L. é um género botânico, nome comum físalis ou camapu, pertencente à família Solanaceae. A Physalis angulata, é uma planta herbácea de hábitos perenes e reproduzida porsementes. O género Physalis destaca-se, na família Solanaceae, por apresentar cálice frutífero acrescente, vesiculoso e intumescido, envolvendo completamente o fruto. Pode chegar aos dois metros de altura.
UtilizaçãoParte da planta e/ou constituinte activoReferência
Calmante e depurativoSeivaPio Corrêa, 1962
Comestível, desobstruente, resolvente e diuréticoFruto / Cozimento e infusão de toda a plantaPio Corrêa, 1962
Anti-oxidanteFruto / CarotenóideRaghava e Nisha-Raghava, 1990
Diminuição da pressão arterialFruto / AcetilcolinaMelo & Afiatpour, 1985
Anti-bacterianaExtracto de raiz, caule e folhaSanchez et al, 1997
Actividade imunosupressoraVitaesteróidesSakhibov e al, 1990
Anti-tumoralFisalina FChiang et al, 1992
Hemorróidas (karioka hemorróida)Fisalina FChiang al et, 1987
Tira pintas da testaRitalinaDiscovery, 2012

21 de jul. de 2013

LYGIA PAPE (1929 – 2004)













Lygia Pape em 1956

Amor violeta de Adélia Prado


O amor me fere é debaixo do braço,
de um vão entre as costelas.
Atinge meu coração é por esta via inclinada.
Eu ponho o amor no pilão com cinza
e grão de roxo e soco. Macero ele,
faço dele cataplasma
e ponho sobre a ferida.

20 de jul. de 2013

A casa onde nasci de Paulo Freire


"Há algum tempo, com profunda emoção, visitei a casa onde nasci. Pisei o mesmo chão em que me pus de pé, andei, corri, falei e aprendi a ler. O mesmo mundo que foi o primeiro mundo que se deu à minha compreensão pela leitura que fui fazendo dele. Lá, reencontrei algumas das árvores da minha infância. Reconheci-as sem dificuldade. Quase abracei os grossos troncos, que eram os mesmos jovens troncos da minha infância. Então, uma saudade que eu costumo chamar de mansa ou de bem comportada, saindo do chão, das árvores, da casa, me envolveu cuidadosamente. Deixei a casa contente, com a alegria de quem reencontra gente querida."
Paulo Freire in Revista do Brasil, ano 2, nº 4, 1985. p.18.

19 de jul. de 2013

O próprio desejo é movimento de T.S. Elliot



O próprio desejo é movimento
Não desejável em si;
O próprio amor é inamovível,
Apenas a causa e o fim do movimento,
Intemporal, e sem desejo
Excepto no aspecto do tempo
Capturado sob a forma de limitação
Entre o não ser e o ser.
De repente num raio de sol
Mesmo enquanto se move a poeira
Eleva-se o riso escondido
De crianças na folhagem
Depressa, aqui, agora, sempre-
Ridículo o triste tempo inútil
Que se estende antes e depois.

In: T.S. Elliot. Quatro Quartetos. Tradução de Maria Amélia Neto. 3ª edição. ÁTICA, 1983

Csaba Markus (Hungria, 1953)















17 de jul. de 2013

Anna Silivonchik (Bielorrússia)





















Beleza de Burle Marx

Burle Marx
"Com o tempo, comecei a imaginar a beleza natural organizada. Queria uma coisa que tivesse ritmo, cor, surpresas e emoção estética. O jardim é isso, tem de deixar a pessoa leve. E nisso tudo, a planta é o ator principal. Cada uma representa uma peça, dramas, comédias, tragicomédias, dependendo da graça e do talento que ela traz."

15 de jul. de 2013

Cecília Meireles - Murmúrio


Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.

Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.

Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
- Vê que nem te digo - esperança!
- Vê que nem sequer sonho - amor!

Nada é impossível de mudar :: Bertolt Brecht

Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.

E examinai, sobretudo, o que parece habitual.

Suplicamos expressamente:

não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,

pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada,

de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada,

nada deve parecer natural

nada deve parecer impossível de mudar.

14 de jul. de 2013

Das finalidades supremas da existência e da nossa dignidade como homens - Anton Tchekhov



“Em Oreanda, sentaram-se num banco perto da igreja e ficaram calados, olhando o mar embaixo. Mal se avistava Ialta através da névoa matutina, e nos cumes das montanhas nuvens brancas pairavam imóveis. A folhagem das árvores estava quieta, cigarras cantavam e o ruído surdo e monótono do mar, vindo de baixo, falava de repouso, do sono eterno que nos espera. Esse barulho já se fazia ouvir ali quando não havia Ialta, nem Oreanda; ele se faz ouvir agora e será assim também no futuro, surdo e indiferente, quando nós não mais existirmos. E nessa constância, nessa completa indiferença em relação à vida e à morte de cada um de nós, esconde-se, talvez, a garantia de nossa salvação eterna, do incessante movimento da vida na terra, do seu contínuo aperfeiçoamento. Sentado ao lado de uma jovem mulher, que no amanhecer parecia tão bela, tranqüilizado e enfeitiçado pela visão desse panorama fantástico – o mar, as montanhas, as nuvens, o amplo céu -, Gúrov pensava que no fundo, se refletirmos bem, tudo neste mundo é maravilhoso; tudo, exceto aquilo que nós mesmos pensamos e fazemos quando esquecemos das finalidades supremas da existência e da nossa dignidade como homens.”.

Tchekhov, Anton. A dama do cachorrinho. In: A corista e outras histórias. LP&M.

Uma imagem de prazer :: Clarice Lispector

     Conheço em mim uma imagem muito boa, e cada vez que eu quero eu a tenho, e cada vez que ela vem ela aparece toda. É a visão de uma flor...