auto-retrato
Uma coisa bonita era para se dar ou para se receber, não apenas para se ter. Clarice Lispector
20 de dez. de 2013
Esquecemo-nos de quase tudo :: José Eduardo Agualusa
David Dehner
“- A nossa espécie – continuou – tem fraca memória. Esquecemo-nos de quase tudo. Muitas vezes, por outro lado, julgamos lembrar-nos de coisas que nunca nos aconteceram. Coisas que lemos, que aconteceram a outros, ou que alguém nos contou. Certos peixes esquecem-se de onde vieram no curto instante que levam a percorrer um aquário. O aquário é para eles, dessa forma, um espaço infinito, novo a cada instante, cheio de surpresas e diversidade. Cada volta que dão parece-lhes uma experiência inédita. Connosco passa-se algo semelhante. A natureza criou o esquecimento para que nos seja possível suportar o terrível tédio deste minúsculo aquário a que chamamos vida.”
In: Um Estranho em Goa. Edições Cotovia
19 de dez. de 2013
As maravilhas de cada mundo - Clarice Lispector
Um dia desses me disse que cada pessoa tinha em seu mundo sete maravilhas. Quais? Dependia da pessoa.
Ela então resolveu classificar as sete maravilhas de seu mundo.
Primeira: ter nascido. Ter nascido é um dom, existir, digo eu, é um milagre.
Segunda: seus cinco sentidos que incluem em forte dose o sexto. Com eles ela toca e sente e ouve e se comunica e tem prazer e experimenta a dor.
Terceira: sua capacidade de amar. Através dessa capacidade, menos comum do que se pensa, ela está sempre repleta de amor por alguns e por muitos, o que lhe alarga o peito.
Quarta: sua intuição. A intuição alcança-lhe o que o raciocínio não toca e que os sentidos não percebem.
Quinta: sua inteligência. Considera-se uma privilegiada por entender. Seu raciocínio é agudo e eficaz.
Sexta: a harmonia. Conseguiu-a através de seus esforços, e realmente ela é toda harmoniosa, em relação ao mundo em geral, e a seu próprio mundo.
Sétima: a morte. Ela crê, teosoficamente, que depois da morte a alma se encarna em outro corpo, e tudo começa de novo, com a alegria das sete maravilhas renovadas.
In: A descoberta do mundo. Editora Nova Fronteira, 1984. p. 443
18 de dez. de 2013
Flor-de-cera; Cerinha, Jasmim de cera, flor-de-porcelana, Hoya.
Nome popular: Flor-de-cera; Cerinha, Jasmim de cera, flor-de-porcelana
Nome científico: Hoya
Sinonímia: Asclepias carnosa, Hoya australis, Hoya motoskey
Família: Asclepiadaceae.
Origem: Austrália e China.
A flor-de-cera é uma trepadeira perene, de textura semi-herbácea e ramagem pouco ramificada. Apresenta folhas opostas, coriáceas, carnosas e espessas, com pecíolo curto. Ocorrem ainda variedades de folhas retorcidas e de folhas variegadas de branco ou amarelo. As inflorescências são do tipo umbela, axilares, pendentes, como pequenos buquês carregados de flores cerosas, brancas a rosadas, em forma de estrela e delicadamente perfumadas. A floração ocorre na primavera.
Como cuidar: Exige boa quantidade de luz, mas com pouca luz direta. O ideal é mantê-la à meia-luz, pois suporta a luz da manhã, mas não o sol do meio-dia. Pode ser mantida em vasos por vários anos com suporte para se fixar, com substrato rico em húmus, irrigado a intervalos. Sua floração pode demorar a se iniciar, mas uma vez que começa a florescer, passa a florescer todos os anos.
Só regue a planta quando o primeiro centímetro de terra já estiver totalmente seco, pois ela prefere ambientes um pouco mais secos. Evite trocá-la de vaso, pois suas raízes são prejudicadas no processo
.
À beira do mar :: Pablo Neruda
À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera , amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.
17 de dez. de 2013
Lucília Maria Sousa
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