Pan Xiao Ling
Uma coisa bonita era para se dar ou para se receber, não apenas para se ter. Clarice Lispector
5 de set. de 2017
4 de set. de 2017
3 de set. de 2017
Comum de Dois :: Noemi Jaffe
“- amor, você imagina a gente bem velhinho?
– imagino, sim. a gente vai buscar os netinhos na escola, levar pra tomar sorvete e depois a gente vai chegar em casa, ler muitos livros, tomar chá e depois dormir.
– isso não te assusta?
– não. é o caminho inevitável da vida. é bom que seja assim.
– mas a gente vai estar juntos, não vai?
– é claro que vai. se não, não tem graça.
– e ainda vamos ter esse tipo de conversa?
– vamos sim. a gente vai perguntar um pro outro: amor, lembra quando a gente era jovem e imaginava que a gente seria velhinho? agora a gente já é.
– que bom, amor. que bom isso.”
– imagino, sim. a gente vai buscar os netinhos na escola, levar pra tomar sorvete e depois a gente vai chegar em casa, ler muitos livros, tomar chá e depois dormir.
– isso não te assusta?
– não. é o caminho inevitável da vida. é bom que seja assim.
– mas a gente vai estar juntos, não vai?
– é claro que vai. se não, não tem graça.
– e ainda vamos ter esse tipo de conversa?
– vamos sim. a gente vai perguntar um pro outro: amor, lembra quando a gente era jovem e imaginava que a gente seria velhinho? agora a gente já é.
– que bom, amor. que bom isso.”
1 de set. de 2017
Ipomoea quamoclit: Esqueleto, Boa-tarde, Campainha, Campainha-vermelha, Cardeal, Cipó-esqueleto, Corda-de-viola, Corriola, Flor-de-cardeal, Primavera, Primavera-grande, Prímula
Nomes Populares: Esqueleto, Boa-tarde, Campainha, Campainha-vermelha, Cardeal, Cipó-esqueleto, Corda-de-viola, Corriola, Flor-de-cardeal, Primavera, Primavera-grande, Prímula
Família: Convolvulaceae
Categoria: Trepadeiras
Clima: Equatorial, Mediterrâneo, Subtropical, Temperado, Tropical
Origem: América Central, América do Sul
Altura: 3.0 a 3.6 metros, 3.6 a 4.7 metros, 4.7 a 6.0 metros
Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno
Ciclo de Vida: Anual
O esqueleto é uma trepadeira delicada e anual, que chama a atenção pelo vivo vermelho de suas flores. Suas folhas são bem diferentes de outras ipoméias. Elas apresentam a forma de pena, são verde-claras e profundamente lobadas com segmentos afilados. O caule é herbáceo, volúvel, ascendente e ramificado. As flores são pequenas, tubulares, com abertura em forma de estrela de cinco pontas e coloração vermelho escarlate, com anteras brancas. A floração ocorre no verão e outono. Ocorrem ainda variedades de flores róseas e brancas, raras em cultivo. Os frutos são cápsulas glabras, com grandes sementes marrom-avermelhadas.
Esta bela trepadeira é ótima para estruturas leves, como treliças, grades, arcos e pode ter usos provisórios já que é anual. Seu porte é pequeno, e durante seu ciclo ela pode atingir até 6 metros de comprimento. É uma espécie muito rústica e fácil de cultivar, apropriada para jardineiros iniciantes. Suas flores ainda atraem muitas borboletas e beija-flores. Devido a sua facilidade de propagação, a trepadeira esqueleto é considerada planta daninha em alguma situações.
Deve ser cultivada sob sol pleno ou meia-sombra, em solo fértil, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Aprecia o clima subtropical, florescendo mais abundantemente. Não tolerante a geadas. Tolera a estiagem, desde que não seja muito prolongada. Multiplica-se facilmente por sementes plantadas no início da primavera. As sementes germinam em cerca de 4 dias.
Privatize-se tudo! :: José Saramago
A mim parece-me bem.
Privatize-se Machu Picchu, privatize-se Chan Chan,
privatize-se a Capela Sistina,
privatize-se o Pártenon,
privatize-se o Nuno Gonçalves,
privatize-se a Catedral de Chartres,
privatize-se o Descimento da Cruz,
de Antonio da Crestalcore,
privatize-se o Pórtico da Glória
de Santiago de Compostela,
privatize-se a Cordilheira dos Andes,
privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu,
privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei,
privatize-se a nuvem que passa,
privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno
e de olhos abertos.
E, finalmente, para florão e remate de tanto privatizar,
privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez
a exploração deles a empresas privadas,
mediante concurso internacional.
Aí se encontra a salvação do mundo…
E, já agora, privatize-se também
a puta que os pariu a todos.
fonte: Cadernos de Lanzarote – Diário III. Editorial Caminho, 1996.
Privatize-se Machu Picchu, privatize-se Chan Chan,
privatize-se a Capela Sistina,
privatize-se o Pártenon,
privatize-se o Nuno Gonçalves,
privatize-se a Catedral de Chartres,
privatize-se o Descimento da Cruz,
de Antonio da Crestalcore,
privatize-se o Pórtico da Glória
de Santiago de Compostela,
privatize-se a Cordilheira dos Andes,
privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu,
privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei,
privatize-se a nuvem que passa,
privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno
e de olhos abertos.
E, finalmente, para florão e remate de tanto privatizar,
privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez
a exploração deles a empresas privadas,
mediante concurso internacional.
Aí se encontra a salvação do mundo…
E, já agora, privatize-se também
a puta que os pariu a todos.
fonte: Cadernos de Lanzarote – Diário III. Editorial Caminho, 1996.
30 de ago. de 2017
Batata frita ou cozida? :: Noemi Jaffe
“- batata frita ou cozida?
– frita, faz daquela frita, que é crocante por fora e macia por dentro, vai!
– essa não é sempre que dá certo, mas vou tentar, o problema é que engorda mais.
– você sempre com essa preocupação, amor. tá tão bom do jeito que tá. para com essa frescura.
– isso é porque são os teus olhos. eu olho no espelho e só vejo gordura; na barriga, no pescoço, no rosto.
– você parece uma batata frita, amor. crocante por fora e por dentro, só maciez.
– ai, não acredito que você tá falando isso. pirou?
– mas você vai fazer a batata, né?”
– frita, faz daquela frita, que é crocante por fora e macia por dentro, vai!
– essa não é sempre que dá certo, mas vou tentar, o problema é que engorda mais.
– você sempre com essa preocupação, amor. tá tão bom do jeito que tá. para com essa frescura.
– isso é porque são os teus olhos. eu olho no espelho e só vejo gordura; na barriga, no pescoço, no rosto.
– você parece uma batata frita, amor. crocante por fora e por dentro, só maciez.
– ai, não acredito que você tá falando isso. pirou?
– mas você vai fazer a batata, né?”
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