Uma coisa bonita era para se dar ou para se receber, não apenas para se ter. Clarice Lispector
9 de set. de 2017
6 de set. de 2017
Descobrimento :: Mário de Andrade
Portinari
Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.
Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus!
muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.
Esse homem é brasileiro que nem eu.
5 de set. de 2017
4 de set. de 2017
3 de set. de 2017
Comum de Dois :: Noemi Jaffe
“- amor, você imagina a gente bem velhinho?
– imagino, sim. a gente vai buscar os netinhos na escola, levar pra tomar sorvete e depois a gente vai chegar em casa, ler muitos livros, tomar chá e depois dormir.
– isso não te assusta?
– não. é o caminho inevitável da vida. é bom que seja assim.
– mas a gente vai estar juntos, não vai?
– é claro que vai. se não, não tem graça.
– e ainda vamos ter esse tipo de conversa?
– vamos sim. a gente vai perguntar um pro outro: amor, lembra quando a gente era jovem e imaginava que a gente seria velhinho? agora a gente já é.
– que bom, amor. que bom isso.”
– imagino, sim. a gente vai buscar os netinhos na escola, levar pra tomar sorvete e depois a gente vai chegar em casa, ler muitos livros, tomar chá e depois dormir.
– isso não te assusta?
– não. é o caminho inevitável da vida. é bom que seja assim.
– mas a gente vai estar juntos, não vai?
– é claro que vai. se não, não tem graça.
– e ainda vamos ter esse tipo de conversa?
– vamos sim. a gente vai perguntar um pro outro: amor, lembra quando a gente era jovem e imaginava que a gente seria velhinho? agora a gente já é.
– que bom, amor. que bom isso.”
1 de set. de 2017
Ipomoea quamoclit: Esqueleto, Boa-tarde, Campainha, Campainha-vermelha, Cardeal, Cipó-esqueleto, Corda-de-viola, Corriola, Flor-de-cardeal, Primavera, Primavera-grande, Prímula
Nomes Populares: Esqueleto, Boa-tarde, Campainha, Campainha-vermelha, Cardeal, Cipó-esqueleto, Corda-de-viola, Corriola, Flor-de-cardeal, Primavera, Primavera-grande, Prímula
Família: Convolvulaceae
Categoria: Trepadeiras
Clima: Equatorial, Mediterrâneo, Subtropical, Temperado, Tropical
Origem: América Central, América do Sul
Altura: 3.0 a 3.6 metros, 3.6 a 4.7 metros, 4.7 a 6.0 metros
Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno
Ciclo de Vida: Anual
O esqueleto é uma trepadeira delicada e anual, que chama a atenção pelo vivo vermelho de suas flores. Suas folhas são bem diferentes de outras ipoméias. Elas apresentam a forma de pena, são verde-claras e profundamente lobadas com segmentos afilados. O caule é herbáceo, volúvel, ascendente e ramificado. As flores são pequenas, tubulares, com abertura em forma de estrela de cinco pontas e coloração vermelho escarlate, com anteras brancas. A floração ocorre no verão e outono. Ocorrem ainda variedades de flores róseas e brancas, raras em cultivo. Os frutos são cápsulas glabras, com grandes sementes marrom-avermelhadas.
Esta bela trepadeira é ótima para estruturas leves, como treliças, grades, arcos e pode ter usos provisórios já que é anual. Seu porte é pequeno, e durante seu ciclo ela pode atingir até 6 metros de comprimento. É uma espécie muito rústica e fácil de cultivar, apropriada para jardineiros iniciantes. Suas flores ainda atraem muitas borboletas e beija-flores. Devido a sua facilidade de propagação, a trepadeira esqueleto é considerada planta daninha em alguma situações.
Deve ser cultivada sob sol pleno ou meia-sombra, em solo fértil, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Aprecia o clima subtropical, florescendo mais abundantemente. Não tolerante a geadas. Tolera a estiagem, desde que não seja muito prolongada. Multiplica-se facilmente por sementes plantadas no início da primavera. As sementes germinam em cerca de 4 dias.
Privatize-se tudo! :: José Saramago
A mim parece-me bem.
Privatize-se Machu Picchu, privatize-se Chan Chan,
privatize-se a Capela Sistina,
privatize-se o Pártenon,
privatize-se o Nuno Gonçalves,
privatize-se a Catedral de Chartres,
privatize-se o Descimento da Cruz,
de Antonio da Crestalcore,
privatize-se o Pórtico da Glória
de Santiago de Compostela,
privatize-se a Cordilheira dos Andes,
privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu,
privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei,
privatize-se a nuvem que passa,
privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno
e de olhos abertos.
E, finalmente, para florão e remate de tanto privatizar,
privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez
a exploração deles a empresas privadas,
mediante concurso internacional.
Aí se encontra a salvação do mundo…
E, já agora, privatize-se também
a puta que os pariu a todos.
fonte: Cadernos de Lanzarote – Diário III. Editorial Caminho, 1996.
Privatize-se Machu Picchu, privatize-se Chan Chan,
privatize-se a Capela Sistina,
privatize-se o Pártenon,
privatize-se o Nuno Gonçalves,
privatize-se a Catedral de Chartres,
privatize-se o Descimento da Cruz,
de Antonio da Crestalcore,
privatize-se o Pórtico da Glória
de Santiago de Compostela,
privatize-se a Cordilheira dos Andes,
privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu,
privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei,
privatize-se a nuvem que passa,
privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno
e de olhos abertos.
E, finalmente, para florão e remate de tanto privatizar,
privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez
a exploração deles a empresas privadas,
mediante concurso internacional.
Aí se encontra a salvação do mundo…
E, já agora, privatize-se também
a puta que os pariu a todos.
fonte: Cadernos de Lanzarote – Diário III. Editorial Caminho, 1996.
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