Uma coisa bonita era para se dar ou para se receber, não apenas para se ter. Clarice Lispector
10 de fev. de 2020
5 de fev. de 2020
Raposa do Ártico
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Canidae
Género: Alopex
Espécie: Alopex lagopus
Nome binomial
Alopex lagopus
(Linnaeus, 1758)
A raposa-do-ártico (AO 1945: raposa-do-árctico; Alopex lagopus), também conhecida por raposa-polar, é uma raposa de pequenas dimensões habitante do Hemisfério Norte. Embora alguns classificadores a relacionem ao gênero Vulpes, este animal é considerado atualmente como o único membro do gênero Alopex.
Descrição
Mede de 70 cm a 1 metro de comprimento e possui 28 cm de altura até os ombros. Pesa de 2,5 a 7 kg. Vive de 3 a 10 anos e atinge a maturidade aos 10 meses.
A pelagem da raposa varia conforme a estação do ano, branca no inverno e castanho-parda no verão. A camada de pelo externo da raposa cobre uma densa e espessa camada de pelo inferior. Tem pequenas orelhas revestidas de pelo que ajudam a reter o calor. As patas são relativamente grandes para evitar que o animal afunde na neve fofa e têm pelo lanudo nas patas que funciona como isolante e antiderrapante. A cauda é pequena, espessa e densa, com até 30 cm de comprimento.
Comportamento
As raposas do Ártico correm grandes distâncias, algumas de mais 2.300km, todos os anos em busca de comida. Acasalam com o mesmo par durante toda a vida. Quando estão procriando, partilham o território com outros casais, geralmente construindo a toca em uma zona abrigada e sem gelo ou entre pedras. Essas tocas são construções complexas, chegando a possuir 250 entradas. Algumas têm sido utilizadas continuamente ao longo da mais de 300 anos. A raposa usa a toca como esconderijo contra o mau tempo, despensa para armazenar sobras de comida, abrigo para as crias ou para se refugiar de predadores. Entretanto, não hibernam nessas tocas. Quando o tempo está muito ruim, escava uma cova na neve, enrosca-se e enrola a cauda à volta dos pés e pernas para se aquecer.
Alimentação
As raposas do ártico caçam lêmingues, ratos e outros pequenos mamíferos. Também apanham caranguejos e peixes na costa, bem como aves marinhas e seus ovos. A carne putrefata é uma parte importante da sua dieta; elas seguem os ursos polares para se banquetearem com os restos das suas matanças de focas. As raposas do ártico também comem bagas. Em épocas de fartura, armazenam as sobras de carne em suas tocas, alinhando ordenadamente aves sem cabeça ou cadáveres de mamíferos. Essas reservas são consumidas nos meses de inverno.
Reprodução
No início do verão, um casal de raposas do ártico produz uma ninhada de em média seis a dez crias. O período de gestação da raposa do ártico dura 50 dias. Os progenitores e, ocasionalmente, outras fêmeas ajudantes tratam das crias. Elas são desmamadas com cerca de 9 semanas e deixam a toca com 15 semanas. Durante sua permanência no ninho, as crias e os seus progenitores comem cerca de 4 mil lemingues, sua presa favorita.
O número de raposas do ártico depende da disponibilidade de alimento e varia conforme o número de suas presas.
Habitat
A raposa-do-ártico vive no norte da Europa, da Ásia e da América, na Groenlândia e na Islândia. Encontrada principalmente na tundra ártica e alpina, e também próximo ao litoral.
31 de jan. de 2020
Mudança de Idade :: Mia Couto
Para explicar
os excessos do meu irmão
a minha mãe dizia:
está na mudança de idade.
Na altura,
eu não tinha idade nenhuma
e o tempo era todo meu.
Despontavam borbulhas
no rosto do meu irmão,
eu morria de inveja
enquanto me perguntava:
em que idade a idade muda?
Que vida,
escondida de mim, vivia ele?
Em que adiantada estação
o tempo lhe vinha comer à mão?
Na espera de recompensa,
eu à lua pedia uma outra idade.
Respondiam-me batuques
mas vinham de longe,
de onde já não chega o luar.
Antes de dormirmos
a mãe vinha esticar os lençóis
que era um modo
de beijar o nosso sono.
Meu anjo, não durmas triste, pedia.
E eu não sabia
se era comigo que ela falava.
A tristeza, dizia,
é uma doença envergonhada.
Não aprendas a gostar dessa doença.
As suas palavras
soavam mais longe
que os tambores nocturnos.
O que invejas, falava a mãe, não é a idade.
É a vida
para além do sonho.
Idades mudaram-me,
calaram-se tambores,
na lua se anichou a materna voz.
E eu já nada reclamo.
Agora sei:
apenas o amor nos rouba o tempo.
E ainda hoje
estico os lençóis
antes de adormecer.
23 de jan. de 2020
20 de jan. de 2020
Brinquedos de Miriti
Nascidos da espetacular capacidade de adaptação do caboclo brasileiro à natureza que o circunda, os Brinquedos de Miriti são a expressão da sensibilidade e da representação ingênua do universo ribeirinho da região de Abaetetuba, cidade vizinha de Belém.
11 de jan. de 2020
Paz de Agustina Bessa-Luís
viver em paz não é viver;
(...) a paz é um absurdo,
como a realidade concreta é um absurdo
que é preciso recriar para
que se torne afecto do homem,
obra sua.
Agustina Bessa-Luís
8 de jan. de 2020
7 de jan. de 2020
6 de jan. de 2020
Helena Kolody
Quem é essa
que me olha
de tão longe,
com olhos que foram meus?
que me olha
de tão longe,
com olhos que foram meus?
in Poemas do Amor Impossível, 2002
Assinar:
Postagens (Atom)
Uma imagem de prazer :: Clarice Lispector
Conheço em mim uma imagem muito boa, e cada vez que eu quero eu a tenho, e cada vez que ela vem ela aparece toda. É a visão de uma flor...
-
Tem de haver mais Agora o verão se foi E poderia nunca ter vindo. No sol está quente. Mas tem de haver mais. Tudo aconteceu, Tu...
-
A ilha da Madeira foi descoberta no séc. XV e julga-se que os bordados começaram desde logo a ser produzidos pel...