26 de jun. de 2015

Quem somos nós :: Italo Calvino

Zinaida Serebriakova
(...) quem somos nós, quem é cada um de nós senão uma combinatória de experiências, de informações, de leituras, de imaginações? Cada vida é uma enciclopédia, uma biblioteca, um inventário de objetos, uma amostragem de estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de todas as maneiras possíveis. 


in: As seis propostas para o próximo milênio.  Companhia das Letras, 1990. 

25 de jun. de 2015

Liang Yan Sheng



















Lenda tupi conta a origem da raiz mandioca


De acordo com a lenda, uma índia tupi deu a luz a uma indiazinha e a chamou de Mani. A menina era linda e tinha a pele bem branca. Vivia feliz brincando pela tribo. Toda tribo amava muito Mani, pois ela sempre transmitia muita felicidade por onde passava.
Porém, um dia Mani ficou doente e toda tribo ficou preocupada e triste. O pajé foi chamado e fez vários rituais de cura e rezas para salvar a querida indiazinha. Porém, nada adiantou e a menina morreu.
Os pais de Mani resolveram enterrar o corpo da menina dentro da própria oca, pois esta era a tradição e o costume cultural do povo indígena tupi. Os pais regaram o local, onde a menina tinha sido enterrada, com água e muitas lágrimas.
Depois de alguns dias da morte de Mani, nasceu dentro da oca uma planta cuja raiz era marrom por fora e bem branquinha por dentro (da cor de Mani). Em homenagem a filha, a mãe deu o nome de Maniva à planta.
Os índios passaram a usar a raiz da nova planta para fazer farinha e uma bebida (cauim). Ela ganhou o nome de mandioca, ou seja, uma junção de Mani (nome da indiazinha morta) e oca (habitação indígena).
Curiosidade: No Brasil, a mandioca possui vários nomes (variam de região para região), como, por exemplo, aipim, macaxeira, maniva, castelinha, mandioca-mansa, entre outros.

Inventário :: Jorge Luis Borges

Há que encostar uma escada para subir. Falta-lhe um degrau.
O que podemos procurar no alto
Senão o que a desordem amontoa?
Há o cheiro a umidade.
O entardecer entra pela casa em lâminas de luz.
As vigas do céu raso estão próximas e o piso está vencido.
Ninguém ousa pôr-se de pé.
Há um velho divã desengonçado.
Há umas ferramentas inúteis.
Ali está a cadeira de rodas do morto.
Há um pé de candeeiro.
Há uma rede de dormir paraguaia, com borlas, a desfiar-se.
Há utensílios e papéis.
Há uma estampa do estado-maior de Aparicio Saravia.
Há um velho grelhador a carvão.
Há um relógio de tempo parado, com o pêndulo partido.
Há uma moldura desdourada, sem tela.
Há um tabuleiro de cartão e umas peças desemparelhadas.
Há uma braseira de dois pés.
Há uma arca de cabedal.
Há um exemplar bolorento do Livro dos Mártires de Foxe, em intrincada escrita gótica.
Há uma fotografia que já pode ser de qualquer pessoa.
Há uma pele já gasta que foi de tigre.
Há uma chave que perdeu a sua porta.
O que podemos procurar no alto
Senão o que a desordem amontoa?
Ao esquecimento, às coisas do esquecimento, acabo de erguer este monumento,
Sem dúvida menos duradouro que o bronze e que se confunde com elas.
........................

Hay que arrimar una escalera para subir. Un tramo le falta.

¿Qué podemos buscar en el altillo
Sino lo que amontona el desorden?
Hay olor a humedad.
El atardecer entra por la pieza de plancha.
Las vigas del cielo raso están cerca y el piso está vencido.
Nadie se atreve a poner el pie.
Hay un catre de tijera desvencijado.
Hay unas herramientas inútiles.
Está el sillón de ruedas del muerto.
Hay un pie de lámpara.
Hay una hamaca paraguaya con borlas, deshilachada.
Hay aparejos y papeles.
Hay una lámina del estado mayor de Aparicio Saravia.
Hay una vieja plancha a carbón.
Hay un reloj de tiempo detenido, con el péndulo roto.
Hay un marco desdorado, sin tela.
Hay un tablero de cartón y unas piezas descabaladas.
Hay un brasero de dos patas.
Hay una petaca de cuero.
Hay un ejemplar enmohecido del Libro de los Mártires de Foxe, en intrincada letra gótica.
Hay una fotografía que ya puede ser de cualquiera.
Hay una piel gastada que fue de tigre.
Hay una llave que ha perdido su puerta.
¿Qué podemos buscar en el altillo
Sino lo que amontona el desorden?
Al olvido, a las cosas del olvido, acabo de erigir este monumento,
Sin duda menos perdurable que el bronce y que se confunde con ellas.


Jorge Luis Borges, A Rosa Profunda (1975)


24 de jun. de 2015

Pacová, Babosa-de-árvore (Philodendron martianum)



Giuseppe Mazza

Nome Científico: Philodendron martianum
Nomes Populares: Babosa-de-pau
Família: Araceae
Categoria: Folhagens
Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical
Origem: América do Sul, Brasil
Altura: 0.3 a 0.4 metros
Luminosidade: Meia Sombra
Ciclo de Vida: Perene

Planta epífita de folhagem muito ornamental. As folhas são brilhantes com textura de couro e os pecíolos são como pseudobulbos. No paisagismo é bastante versátil, podendo ser cultivada em interiores em vasos e jardineiras. No jardim pode ser fixada em árvores como epífita ou plantada em canteiros ricos em matéria orgânica.

Devem ser cultivadas sempre à meia-sombra, em solo fértil enriquecido com matéria orgânica mantido úmido. Planta tipicamente tropical, não é tolerante ao frio ou geadas. Multiplica-se por sementes e estacas.

23 de jun. de 2015

Cardamomo-verdadeiro (Elettaria cardamomum)











Cardamomo-verdadeiro
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Zingiberales
Família: Zingiberaceae
Género: Elettaria
Espécie: E. cardamomum
Nome binomial
Elettaria cardamomum (L.) Maton
O Cardamomo é uma planta cujo nome científico é Elettaria cardamomum. Originário da Índia, o cardamomo chegou à Europa com as rotas das caravanas e seguiu com os vikings de Constantinopla à Escandinávia onde é popular.
A planta é da família do gengibre, com folhas grandes, flores brancas e frutos secos de cor esverdeada ou branca contendo sementes negras e aromáticas de sabor picante, que podem ser transformadas em pó ou em óleo.
Tem propriedades anti-sépticas, digestivas, diuréticas, expectorantes e laxantes.1 Não deve ser consumido em altas doses, pois pode provocar vômitos.
Usos culinários
As sementes de cardamomo são consumidas no café nos países árabes ("Arabian coffee"). Na Índia, no Líbano, na Síria, nos países do Golfo (baharat) e na Etiópia (berbere) é um componente essencial de misturas de especiarias. Também é aproveitado para aromatizar pães, carnes, pastéis, pudins, doces, salada de frutas, sorvetes, embutidos e licores. Fica bom ainda em maçãs assadas, peras escalfadas, entre outros. Combina em marinada e no vinho. Também em picles e no arenque em conserva.
Sementes
As vagens contém, cada uma, entre 15 a 20 pequenas sementes pretas ou marrom-escuras e viscosas. As vagens inteiras, levemente partidas, são usadas como tempero em arroz, ensopados e carnes refogadas lentamente. As sementes podem ser fritas ou tostadas e moídas antes de adicionadas ao alimento.
A semente do cardamomo serve bem com alcaravia, pimenta-malagueta, canela, cravo-da-índia, café, coentro, cominho, gengibre, paprica, pimenta-do-reino, açafrão e iogurte.2
Referências
NORMAN, Jill. Ervas & especiarias.  São Paulo. Publifolha, 2012. p. 194-197.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Giulia Tomai (Roma, 1990)






















Uma imagem de prazer :: Clarice Lispector

     Conheço em mim uma imagem muito boa, e cada vez que eu quero eu a tenho, e cada vez que ela vem ela aparece toda. É a visão de uma flor...