Ninguém nos molda de novo com terra e barro,
ninguém evoca o nosso pó.
Ninguém.
Louvado sejas, Ninguém.
Por ti queremos
florescer.
Ao teu
encontro.
Um nada
éramos nós, somos, continuaremos
sendo, florescendo:
a rosa-de-nada, a
rosa-de-ninguém.
Com estilete claralma,
o estame alto-céu,
a coroa rubra
da palavra púrpura, que cantamos
sobre, oh, sobre
o espinho.
A rosa-de-ninguém. 1963
Uma coisa bonita era para se dar ou para se receber, não apenas para se ter. Clarice Lispector
16 de mar. de 2007
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