22 de jan. de 2012

Gato que brincas na rua de Fernando Pessoa



Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais 
E sentes só o que sentes. 

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim, 
Conheço-me e não sou eu.

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