24 de jul. de 2012

Carlos Drummond de Andrade




Prazer de balanço, prazer de vôo. 

Prazer de ouvir música;
sobre o papel deixar que a mão deslize. 

Irredutível prazer dos olhos;
certas cores: como se desfazem, como aderem;
certos objetos, diferentes a uma luz nova. 

Que ainda sinta cheiro de fruta,
de terra na chuva, que pegue,
que imagine e grave, que lembre. 

O tempo de conhecer mais algumas pessoas,
de aprender como vivem, de ajudá-las.

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