9 de out. de 2012

Também este crepúsculo nós perdemos de Pablo Neruda

Também este crepúsculo nós perdemos. Ninguém nos viu hoje à tarde de mãos dadas enquanto a noite azul caía sobre o mundo. Olhei da minha janela a festa do poente nas encostas ao longe. Às vezes como uma moeda acendia-se um pedaço de sol nas minhas mãos. Eu recordava-te com a alma apertada por essa tristeza que tu me conheces. Onde estavas então? Entre que gente? Dizendo que palavras? Porque vem até mim todo o amor de repente quando me sinto triste, e te sinto tão longe? . (Tradução de Fernando Assis Pacheco)

Hemos perdido aun este crepúsculo. Nadie nos vió esta tarde com las manos unidas mientras la noche azul caía sobre el mundo. He visto desde mi ventana la fiesta del poniente en los cerros lejanos. A veces como una moneda se encendía un pedazo de sol, entre mis manos. Yo te recordaba con el alma apretada de esa tristeza que tú me conoces. Entoces dónde estabas? Entre qué gentes? Diciendo qué palabras? Por qué se me vendrá todo el amor de golpe cuando me siento triste, y te siento lejana?

"PABLO NERUDA, in VINTE POEMAS DE AMOR E UMA CANÇÃO DESESPERADA (D. Quixote, 2007)

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