Magritte
Bem sei que non hai nada
Novo en baixo do ceo,
Que antes outros pensaron
As cousas que ora eu penso.
E bem, ¿para que escribo?
E bem, porque así semos,
Relox que repetimos
Eternamente o mesmo.
Tal como as nubes
Que impele o vento,
I agora asombran, i agora alegran
Os espazos inmensos do ceo,
Así as ideas
Loucas que eu teño,
As imaxes de múltiples formas,
De estranas feituras, de cores incertos,
Agora asombran,
Agora acraran
O fondo sin fondo do meu pensamento.
......................
VAGUEDADES
Bem sei que não há nada de
Novo sob o céu,
Que antes outros pensaram
As cousas que ora eu penso.
Bem, para que escrevo?
Bem, porque somos assim:
Relógios que repetem
Eternamente o mesmo.
Tal como as nuvens
Que impele o vento,
E ora assombram, e ora alegram
Os espaços imensos do céu,
Assim as idéias
Loucas qu´eu tenho,
As imagens de múltiplas formas,
D´estranhas feituras, de cores incertas,
Ora assombram,
Ora aclaram
O fundo sem fundo do meu pensamento.
Tradução de Andityas Soares de Moura
ROSALÍA DE CASTRO (1837-1885) Natural da Galícia, Espanha, nasceu na cidade
de Santiago de Compostela. Sua poesia inspira-se na lírica popular trovadoresca
e foi escrita em galego e em castelhano. Considerada a figura mais importante
da poesia galega do século XIX, publicou os livros Cantares Gallegos (1863) e
Folhas Novas (1880), ambos escritos em galego, e En las Orillas del Sar (1884),
este considerado os primeiros versos modernos em língua castelhana. Sua poesia será relida e valorizada pela
geração de 1898: Antonio Machado, Miguel de Unamuino, Juan Ramón Jiménez e,
mais tarde, Federico García Lorca.
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