Chagall, 1931
Demore-se no carinho,
de modo que no rosto do outro
vá a mão como se não fora
voltar. Repita,
demorando-se mais,
de modo que a mão descanse
naquele rosto, como se,
e se esqueça de que.
Repita, demore-se no carinho
como se a mão desse adeus,
agarrada ao rosto que se vai.
Outra vez: repita,
demorando-se mais
e mais, como se a mão bebesse
daquele rosto para, saciada, dormir
ali mesmo, ao pé da fonte.
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