Nhanduti é uma espécie de tecelagem, uma maneira de tecer.
Nhanduti, na linguagem indígena, significa teia de aranha, é também conhecida como “Tenerife”, “Rosas de Tenerife”, “Rosetas de Vilaflor” ou ainda “Renda Sol”, pois sua forma radial lembra o formato do astro rei.
Há uma lenda indígena que conta a triste história de uma jovem cujo noivo desapareceu no dia do casamento. Ela encontrou seu amado morto por uma onça. Após passar a noite ao lado do corpo do amado, descobre que ele está envolvido por um belo manto de teia de aranha. A indiazinha tece a mortalha do noivo copiando o trabalho da aranha. Assim surgiu o nhanduti.
Essa renda é conhecida em todo o mundo, mas é possível que tenha nascido na Espanha por volta do século dezesseis e daí trazida para as Américas através das Ilhas Canárias, porto de trânsito para os navegadores espanhóis.
Ainda hoje, há artesãs que se dedicam às rendas de agulhas em Vilaflor de Chasna, localidade da paradisíaca Ilha de Tenerife, a maior das Ilhas Canárias, terra natal do padre José de Anchieta.
No Brasil, a renda surgiu logo após a guerra do Paraguai, quando soldados brasileiros voltaram ao nosso país acompanhados de mulheres paraguaias conhecedoras dessa técnica.
"...Com o nome "soles brasileños" eram feitos na França no século passado trabalhos muito semelhantes às rosas canárias: foram importados do Brasil onde haviam chegado provenientes da Espanha, depois de passar por México, Filipinas e Porto Rico."
Extraído do texto "Artes textiles canarias" de Ma.Ángeles Gonzáles Mena y Ma Pilar Ramos Munoz (Revista Narria: Estudios de Artes y Costumbres Populares, Universidad Autónoma de Madrid, nº 18, 1980)
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