a solidão, o olhar que se comove com o cair
da noite e com o nascer do dia; e, até,
os risos de mulheres que se ouvem desde longe,
trazidos pelo ar cuja transparência se sente
na própria respiração. No entanto, debruço-me
da varanda e dou por que algo se oculta,
para além dos muros e dos quintais, e chama
por mim sem que eu possa responder. Então,
volto para dentro: preparo o café; e
enquanto a água ferve o mistério desaparece,
inútil e excessivo, no início da tarde.
In: As regras da perspectiva, 1990
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