Max Ernst, 1969
Vamos, falemos
do país donde vimos.
Eu venho do Verão,
uma pátria frágil
que qualquer folha,
ao cair, pode bem extinguir.
E o céu é tão cheio de estrelas
que às vezes pendem até ao chão,
e tu, aproximando-te, podes ouvir a erva
a fazer cócegas às estrelas que riem,
e são tantas as flores
que os olhos doem
deslumbrados pelo sol,
e redondos sóis pendem
de cada árvore;
Donde eu venho
falta apenas a morte
e é tanta a felicidade
que até dá para dormir.
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