Toshi Yoshida
Não sei se alguma vez fui uma cerejeira silvestre.
Talvez fosse neve, mirto, flor de cardo, chuva fina;
quem sabe um verde, trêmulo, inseto do orvalho.
Não sei se alguma vez fui uma cerejeira silvestre,
mas às vezes um âmbito de ramos ao vento,
certa expressão de alturas se debatendo.
Quem sabe ali.
Não digo que não fosse, nem digo que é possível:
estou contando coisas que não têm remédio.
.................
No sé si alguna vez fui un cerezo silvestre.
Tal vez fui nieve, mirto, vilano, lluvia fina;
acaso un verde, trémulo, insecto del rocío.
No sé si alguna vez fui un cerezo silvestre,
pero a veces un ámbito de ramas en el viento,
cierta expresión de alturas debatiéndose.
Acaso allí.
No digo que no fuera, ni digo que es posible:
estoy contando cosas que no tienen remedio.
In: Historia tan natural, 1970
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