12 de jan. de 2015

CALEIDOSCÓPIO :: FLORA FIGUEIREDO


Pela fresta observo a dança das cores 
nos vidros recortados. 
Separam-se, aglutinam-se, 
desenham maravilhas 
Como se bailassem calçando sapatilhas. 
A cada movimento, uma surpresa, 
a mesma flor concebida com destreza, 
em seguida se espalha e se desfaz. 
Por trás de seu processo giratório, 
o caleidoscópio avisa: 
a forma é fugaz e imprecisa 
e o colorido de hoje é provisório. 

In:  O Trem Que Traz a Noite, 2000 


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