Renina
extrai da matéria muda paisagens cantantes.
As linhas e os ritmos surgem no silêncio do metal
como a sereia surge do pélago.
É um bailar de movimentos regidos pela sabedoria
de arte severa.
Renina fere fundo. E meigamente.
Pela energia do seu lirismo
desnastram-se as virtualidades do real.
A visão se duplica. Será talvez inúmera.
A mão infalível de Renina
aereamente domina
a Terra, transfigurada em melodia visual.
In: Poesia Errante, 1988.
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