Beatriz Milhazes, 1995
Só o teu coração quente,
e nada mais
Meu paraíso um campo
sem rouxinol
nem liras,
com um rio discreto
e uma fontezinha.
Sem a espora do vento
sobre a fronde,
nem a estrela que quer
ser folha.
Uma enorme luz
que fosse
pirilampo
de outra,
num campo de
olhadas partidas.
Um repouso claro
e ali nossos beijos,
lunares sonoros
do eco,
se abririam muito longe.
E teu coração quente,
nada mais.
In Livro de Poemas
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