De que me vale a herança do saber
se atrelá-la devo a meu viver
e se o que escrevo é pó, ungüento e em nada
mudo aquela que em si já era farta?
Ó dicionário exato em mim minguante,
lua cujo reverso acresce em vão!
Buraco, estátua de musa, chão
estirado entre a fala e diante
de que motivo? Eu? mito perdido
nos elos, eras, fui (e tenho sido)
prodigioso equívoco, penso istmo
a ligar som ao vivo coração
das comovidas coisas sem estilo
de que me ocupo (e às vezes me dão dom).
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