Vilhelm Hammershoi
O antropólogo me assustou, dizendo
que ao depararmos com uma imagem
esta também nos espreita
ansiando por nos decifrar.
Há muitos modos de ver, é certo
mas a consciência de também ser flagrado
inquirido pela história, pelo tempo, pelo outro
pela arte, pelas coisas que vemos
fez girar, afetiva e tautologicamente
outras lentes também por aqui.
Como as que garantem
que uma canção pode me cantar
que um fruto me devora
ou que os lugares é que me visitam.
Que este poema, de algum modo
num espelho me lê por inteiro
e também me escreveu.
E que eu só existo, amor
porque me olhas, teu.
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