Pra não romper nas nervuras,
facilitar o entalhe,
secar sem se entortar,
é preciso escolher a madeira certa.
Depois, faz-se um buraco nela.
“Vai doer!”
Ainda dói
o miolo estripado.
No seu oco,
coloca-se a outra
feita à sua semelhança;
cópia da cópia.
Para animar mais o artesão,
cores alegres e divertidas.
Verniz contra o gelo
pra ela não desmaiar.
Assim são espalhadas pelo mundo,
em diferentes cores e fantasias.
Mães e filhas, bonecas
fazendo a festa do artífice.
E lá dentro da Matrioska,
mulheres diminuídas.
Mas tudo tem um fim.
A última será a inteira.
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