Mas não que não quisesse ser horizontal. Não sou árvore com minha raiz no solo Sugando minerais e amor materno Para a cada março refulgir em folha, Nem sou a beleza de um canteiro Colhendo meu quinhão de Ohs e me exibindo em cor, Desconhecendo que me despetalo em breve. Comparados a mim, uma árvore é imortal E um pendão nada alto, embora mais assombroso, O que eu quero é a longevidade de uma e a audácia do outro. À luz infinitesimal das estrelas, Flores e árvores trescalam seus frios perfumes. Eu me movo entre elas, mas nenhuma me nota. Chego a pensar que pareço o mais perfeitamente Com elas quando estou dormindo — Os pensamentos esmaecem. É mais natural para mim deitar. Céu e eu então animamos a prosa,
Hei de servir no dia em que deitar afinal: E as árvores aí talvez em mim tocassem e as flores comigo se ocupassem. (28-111-1961)
Tradução de Vinicius Dantas
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