9 de out. de 2013

"Coroa-de-cristo", "Colchão de Noiva", "Dois Irmãos", "Bem-Casados", Coroa-de-Espinhos", "Martírios", "Duas Amigas", "Coroa-de-Nossa-Senhora





Coroa-de-cristo (Euphorbia milii) é um arbusto espinhoso originário de Madagascar, muito difundido no Brasil, onde é utilizado como planta ornamental e como proteção em cercas vivas. Conhecida popularmente no Brasil como "Coroa-de-cristo", "Colchão de Noiva", "Dois Irmãos", "Bem-Casados", Coroa-de-Espinhos", "Martírios", "Duas Amigas", "Coroa-de-Nossa-Senhora" entre outras denominações.
Seu nome científico, Euphorbia millii, foi proposto por Des Moulins em homenagem ao Barão Pierre-Bernard Milius, governador pela França da Ilha de Bourbon, atual Ilha Reunião, que levou algumas destas plantas para o Jardim Botânico de Bordeaux em 1821.

Essa planta pertencente ao gênero Euphorbia, consiste em um arbusto perene de até 2 metros de altura, bastante ramificado, com longos ramos contorcidos, providos de numerosos espinhos afiados em forma de agulhas, medindo cerca de 3 cm de comprimento. Seu nome é uma homenagem ao Barão Pierre-Bernard Milius, governador pela França da Ilha de Bourbon, atual Ilha Reunião, o qual doou algumas plantas desta espécie para o Jardim Botânico de Bordeaux em 1821. Des Moulins descreveu e publicou esta espécie que apresenta pequenos cachos de flores de coloração vermelha.

O látex dessa planta contém um fluido branco-leitoso, de baixa densidade, que apresenta várias enzimas e alcaloides. Esse líquido pode provocar irritação em contato com a pele e intoxicação se colocado em contato com mucosas ou ingerido. Se os olhos forem atingidos, esse látex pode provocar perfuração da córnea e, consequentemente, cegueira.
Nos casos de ingestão da planta, é necessária a realização de uma lavagem gástrica, com posterior administração de carvão ativado, laxantes e de analgésicos.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

8 de out. de 2013

Coração de António Lobo Antunes


Banksy
Dizem que o nosso coração é do tamanho do nosso punho fechado: se o abrisse tanta coisa fugia.
António Lobo Antunes 

7 de out. de 2013

Desafio de Orides Fontela


Contra as flores que vivo 
contra os limites 
contra a aparência a atenção pura 
constrói um campo sem mais jardim
que a essência.

6 de out. de 2013

Um ponto de vista de Bernardo Carvalho

magritte
"Nunca vi ninguém tão só. (...) Numa das vezes em que me falou das suas viagens pelo mundo, perguntei aonde queria chegar e ele me disse que estava em busca de um ponto de vista. Eu lhe perguntei: "Para olhar o quê?". Ele respondeu: "Um ponto de vista em que eu já não esteja no campo de visão". Eu poderia ter dito a ele, mas não tive coragem, que não precisava procurar, que se fosse por isso não precisava ter ido tão longe. Porque ele nunca estaria no seu próprio campo de visão, desde que evite os espelhos. Às vezes me dava a impressão de que, a despeito de ter visto muitas coisas, não via o óbvio, e por isso acreditava que os outros não o vissem, que pudessem se esconder. O que eu vi, nunca falei. Fiquei à sua espera".

in: Nove noites. Companhia das Letras, 2006. p. 100

5 de out. de 2013

Fábula de um arquiteto - João Cabral de Melo Neto


A arquitetura como construir portas,

de abrir; ou como construir o aberto;

construir, não como ilhar e prender,

nem construir como fechar secretos;

construir portas abertas, em portas;

casas exclusivamente portas e teto.

O arquiteto: o que abre para o homem

(tudo se sanearia desde casas abertas)

portas por-onde, jamais portas-contra;

por onde, livres: ar luz razão certa.

2.

Até que, tantos livres o amedrontando,

renegou dar a viver no claro e aberto.

Onde vãos de abrir, ele foi amurando

opacos de fechar; onde vidro, concreto;

até refechar o homem: na capela útero,

com confortos de matriz, outra vez feto.

Fonte: Melo Neto, J. C. 1994. Obra completa: volume único. RJ, Nova Aguilar.
Poema originalmente publicado em 1966.

4 de out. de 2013

Urucum







Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Malvales
Família: Bixaceae
Género: Bixa
Espécie: Bixa orellana
Nome binomial
Bixa orellana
Lineu
Urucu, ou urucum, é o fruto do urucuzeiro ou urucueiro (Bixa orellana), arvoreta da família das bixáceas, nativa na América tropical, que chega a atingir altura de até seis metros. Apresenta grandes folhas de cor verde-claro e flores rosadas com muitos estames. Seus frutos são cápsulas armadas por espinhos maleáveis, que se tornam vermelhas quando ficam maduras. Então se abrem e revelam pequenas sementes dispostas em série, de trinta a cinquenta por fruto, envoltas em arilo também vermelho.

Chama-se ainda açafroa e também colorau (forma imprópria, a designar especificamente o condimento, também o corante, preparados à base de sementes do urucu trituradas ao pó, puras e/ou misturadas a outras).
Noutras culturas, chama-se: orleansstrauch (alemão), achiote ou onoto (espanhol), rocou (francês) e achiote ou annatto (inglês).
Etimologia
"Urucu" e "urucum" originam-se do tupi transliterado uru'ku, que significa "vermelho", numa referência à cor de seus frutos e sementes.
Contexto Cultural e Histórico
O urucu é utilizado tradicionalmente pelos índios brasileiros (juntamente com o jenipapo, de coloração preta) e peruanos, como fonte de matéria prima para tinturas vermelhas, usadas para os mais diversos fins, entre eles, protetor da pele contra o sol e contra picadas de insetos; há também o simbolismo de agradecimento aos deuses pelas colheitas, pesca ou saúde do povo. No Brasil, a tintura de urucu em pó é conhecida como colorau e usada na culinária para realçar a cor dos alimentos. Esta espécie vegetal ainda é cultivada por suas belas flores e frutos atrativos. Ao passar urucu na pele, ele penetra nos poros e, ao longo do tempo, a pele passa a ter uma tonalidade avermelhada constante e definitiva. Isso acontece pois os poros se entopem de urucu e não conseguem mais eliminá-lo[carece de fontes].
Um produtivo nativo das América, que foi levado para Europa desde o século XVII, é mundialmente empregado como corante de diversos fins, principalmente na indústria alimentícia. Com o banimento do uso de corantes alimentícios artificiais na União Européia, por prováveis efeitos cancerígenos, por exemplo a anilina, é intensamente importado da América tropical e África, além de quase não ter sabor.

Na culinária: como condimento e também colorante, emprega-se sob a forma de pó obtido por trituração das sementes, usualmente misturadas a certo teor de outros grãos também triturados, devido ao arilo que envolve as sementes, que fornece matéria corante vermelha característica, como na casca dos queijos: leyden, queijo-do-reino e outros. É apreciado pela quase ausência de sabor e por não apresentar os efeitos prejudiciais dos corantes artificiais;
Na cosmética: empregam-no os ameríndios tropicais no preparo de tinturas para pintar o corpo, com a finalidade de proteção contra o rigor do sol (confere proteção contra radiação ultravioleta);
Na medicina: como medicamento fitoterápico, é dotado de inúmeras características e propriedades bioquímicas, que lhe dão aplicação em vasta gama de casos.
Composição Química
As sementes do urucu contêm celulose (40 a 45%), açúcares (3,5 a 5,2%), óleo essencial (0,3% a 0,9%), óleo fixo (3%), pigmentos (4,5 a 5,5%), proteínas (13 a 16%), alfa e beta-carotenos e outros constituintes.
Possuem, também, dois tipos de pigmentos:
A bixina, de cor vermelha e solúvel em óleo;
A orelhena, de cor amarela e solúvel em água.
Para informação nutricional, 100 g de semente de urucum contêm:
• Cálcio 7,00 mg
• Ferro 0,80 mg
• Fósforo 10,00 mg
• Vitamina A 15,00 µg
• Vitamina B1
• Vitamina B2 0,05 mg
• Vitamina B3 0,03 mg
• Vitamina C 2,00 mg
Uso Medicinal
Embora, sob o ponto de vista científico, ainda seja objeto de estudo com vista ao estabelecimento do rol de aplicações, consideram-se as folhas e as sementes do urucu como:
Dotadas de virtudes expectorantes em geral;
Úteis nas afecções diversas, principalmente do coração;
Eficazes na eliminação de manchas e verrugas (tintura das sementes aplicada sobre a pele elimina manchas brancas, verrugas, e rejuvenesce a pele);
Eficazes para alívio e redução da prisão de ventre, hemorróidas e hemorragias (chá das folhas).
A Medicina Fitoterápica dispõe das informações precisas sobre o uso médico.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

SONETO XVII Pablo Neruda (1904-73)

No te amo como si fueras rosa de sal, topacio
o flecha de claveles que propagan el fuego:
te amo como se aman ciertas cosas oscuras,
secretamente, entre la sombra y el alma.

Te amo como la planta que no florece
y lleva dentro de sí, escondida, la luz de aquellas flores,
y gracias a tu amor vive oscuro en mi cuerpo
el apretado aroma que ascendió de la tierra.

Te amo sin saber cómo, ni cuándo, ni de dónde,
te amo directamente sin problemas ni orgullo:
así te amo porque no sé amar de otra manera,

sino así de este modo en que no soy ni eres,
tan cerca que tu mano sobre mi pecho es mía,
tan cerca que se cierran tus ojos con mi sueño.

3 de out. de 2013

O Cão sem Plumas de João Cabral de Melo Neto



Aquele rio 
é espesso 
como o real mais espesso. 
Espesso 
por sua paisagem espessa, 
onde a fome 
estende seus batalhões de secretas 
e íntimas formigas. 

E espesso 

por sua fábula espessa; 

pelo fluir 

de suas geléias de terra; 

ao parir 

suas ilhas negras de terra. 


Porque é muito mais espessa 

a vida que se desdobra 

em mais vida, 

como uma fruta 

é mais espessa 

que sua flor; 

como a árvore 

é mais espessa 

que sua semente; 
como a flor 
é mais espessa 
que sua árvore, 
etc. etc. 


Espesso, 

porque é mais espessa 

a vida que se luta 

cada dia, 

o dia que se adquire 

cada dia 

(como uma ave 

que vai cada segundo 

conquistando seu vôo).

In Poesias Completas (1940-1965) José Olympio, 3a. ed., 1979

Flor-de-criança, cabeleira-de-velho, neve-da-montanha, leiteiro, cabeleireiro-de-velho, cabeça-branca




Nome Científico: Euphorbia leucocephala
Família: Euphorbiaceae
Divisão: Angiospermae
Origem: América Central
Ciclo de Vida: Perene

A cabeleira-de-velho é um arbusto semi-lenhoso e lactescente (de seiva leitosa) muito ornamental. Apresenta caule bastante ramificado e de casca marrom claro a acinzentado. Sua copa é arredondada e compacta e seu porte é pequeno, atingindo de 2 a 3 metros de altura. Suas folhas são elípticas, verdes e decíduas. As inflorescências do tipo umbela, surgem no outono e inverno. Elas são constituídas por pequenas flores brancas em forma de estrela circundadas por brácteas vistosas, de coloração branco-creme.
fonte ww.Jardineiro .net

2 de out. de 2013

Narrativa :: Livia Garcia Roza

Federico Zandomeneghi, 1879

A grande mudança se dá quando
 mudamos a narrativa de nossas vidas.

O seu santo nome de Carlos Drummond de Andrade



Não facilite com a palavra amor.
Não a jogue no espaço, bolha de sabão.
Não se inebrie com o seu engalanado som.
Não a empregue sem razão acima de toda a razão ( e é raro).
Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão
de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra
que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra.
Não a pronuncie.

1 de out. de 2013

A literatura é uma viagem contínua de Cladio Magris



Gabriel Metsu


A literatura é uma viagem contínua entre a escrita diurna, em que o autor se bate pelos próprios valores e deuses, e a noturna, em que um escritor escuta e repete o que dizem os seus demônios, os duplos que habitam no fundo de seu coração, mesmo quando eles dizem coisas que desmentem os seus valores. 
A literatura é, também, uma descida aos Infernos. 

Claudio Magris. Alfabetos - Ensaios de Literatura. UFPR, 2008

30 de set. de 2013

Caliandra, esponja, Esponjinha, Manduruvá, Angiquinho, Cabelo-de-anjo e Quebra-foice







A Calliandra brevipes, também conhecida como Esponja, Esponjinha, Manduruvá, Angiquinho, Cabelo-de-anjo e Quebra-foice, é uma espécie de arbusto inerme (sem espinhos ou acúleos) de até 2 metros de altura, glabro e muito ramificado do gênero Calliandra, subfamília Mimosoideae, família Fabaceae.
É uma espécie nativa da América do Sul, mais especificamente do Brasil, Uruguai e norte da Argentina. Habita naturalmente locais úmidos e margens de rios, suportando a força das águas das enchentes e a submersão temporária (espécie reófila). Possui flores com estames muito vistosos, brancos na metade inferior e rosados ou igualmente brancos na metade superior. As folhas são alternas bipinadas de dimensões diminutas.
É considerado um arbusto de grande qualidade ornamental por sua folhagem e floração abundante em diversas épocas do ano, sendo também indicada para a formação de cercas-vivas. É possível propagá-la por sementes e estacas.
Apesar de muito dura, sua madeira não possui importância econômica devido às pequenas dimensões do caule.

28 de set. de 2013

Trouxe o sol à poesia de João Cabral de Melo Neto

Chagall
Trouxe o sol à poesia
mas como trazê-lo ao dia?

No papel mineral
qualquer geometria
fecunda a pura flora
que o pensamento cria.

Ora, no rosto que, grave
riso súbito abria,
no andar decidido
que os longes media,

na calma segurança
de quem tudo sabia,
no contacto das coisas
que apenas coisas via,

nova espécie de sol
eu, sem contar, descobria:
não a claridade imóvel
da praia ao meio-dia,

de aérea arquitetura
ou de pura poesia:
mas o oculto calor
que as coisas todas cria.

         (sem data; 1947?)

27 de set. de 2013

Natasha Newton ( Suffolk - Inglaterra)















Rosai por nós - Alice Ruiz

Vincent Van Gogh

nossa senhora da flor roxa
rosai por nós
assim na vida
como no chão
a primavera de cada ano
nos dai hoje
encantai nosso jardim
assim como encantamos
o do vizinho
e não nos deixeis cair na tentação
de esquecer tuas flores


26 de set. de 2013

Flor-borboleta, Borboleta-azul, Clerodendro-africano, Clerodendro-azul



No mistério do Sem-Fim,
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro:
no canteiro, uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim,
a asa de uma borboleta.

Cecília Meireles


Nome Científico: Rotheca myricoides
Sinonímia: Clerodendrum myricoides, Clerodendrum ugandense, Cyclonema myricoides, Siphonanthus myricoides, Spironema myricoides
Nomes Populares: Flor-borboleta, Borboleta-azul, Clerodendro-africano, Clerodendro-azul
Família: Lamiaceae
Categoria: Arbustos, Arbustos Tropicais, Cercas Vivas
Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical
Origem: África, Quênia, Uganda
Altura: 2.4 a 3.0 metros
Luminosidade: Meia Sombra
Ciclo de Vida: Perene
A flor-borboleta é uma planta arbustiva e florífera, caracterizada pelas delicadas e fragrantes flores azuis, semelhantes a borboletas. Seu caule apresenta textura semi-lenhosa e ramificada, podendo alcançar 3 metros de altura, com folhagem esparsa. As folhas são ovaladas, opostas, com margens denteadas e cor verde escura. Floresce o ano todo em regiões de clima quente, e na primavera, verão e outono em clima temperado ou subtropical. As inflorescências, do tipo panícula, surgem nas pontas dos longos e curvados ramos. Cada flor apresenta cinco pétalas, sendo que destas quatro são de cor azul claro e uma é de cor azul escuro. O aspecto geral da flor lembra uma borboleta, com os longos estames no topo, fazendo às vezes de antenas. Atrai polinizadores, como abelhas e borboletas.

Deve ser cultivado sob meia sombra, em solo fértil, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Aprecia o calor e a umidade tropicais. É de fácil manutenção, exigindo apenas adubação orgânica e podas anuais. Após as floradas, é interessante podar-lhe as pontas dos ramos com inflorescências velhas e murchas, estimulando assim novas florações. Não tolera geadas. Em lugares com inverno frio, convém cultivá-la em vasos e protegê-la em ambientes internos durante essa estação. Neste período, convém também reduzir as regas. Multiplica-se facilmente por mergulhia e estaquia dos ramos e raízes.

25 de set. de 2013

Oriente - Composição: Gilberto Gil




Se oriente, rapaz 
Pela constelação do Cruzeiro do Sul 
Se oriente, rapaz 
Pela constatação de que a aranha 
Vive do que tece 
Vê se não se esquece 
Pela simples razão de que tudo merece 
Consideração 

Considere, rapaz 
A possibilidade de ir pro Japão 
Num cargueiro do Lloyd lavando o porão 
Pela curiosidade de ver 
Onde o sol se esconde 
Vê se compreende 
Pela simples razão de que tudo depende 
De determinação 

Determine, rapaz 
Onde vai ser seu curso de pós-graduação 
Se oriente, rapaz 
Pela rotação da Terra em torno do Sol 
Sorridente, rapaz 
Pela continuidade do sonho de Adão.

Uma imagem de prazer :: Clarice Lispector

     Conheço em mim uma imagem muito boa, e cada vez que eu quero eu a tenho, e cada vez que ela vem ela aparece toda. É a visão de uma flor...